Ibovespa tem indefinição por riscos fiscais e petróleo, apesar de alta de NY e minério

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A valorização de 1,02% do minério de ferro e a alta moderada dos índices das bolsas de Nova York são insuficientes para empolgar o Ibovespa na manhã do pregão desta sexta-feira, 10. Além disso, a virada para cima dos juros futuros e a valorização do dólar, que quase tocou R$ 5,50, reforçam este quadro de indefinição do principal indicador da B3,

Além disso, continua ecoando incerteza fiscal e eleitoral nos mercados, após a derrubada da Medida Provisória, que trazia alternativas ao aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). O governo busca opções para cobrir o rombo que será deixado nas contas públicas.

A agenda de indicadores desta sexta-feira está esvaziada no Brasil. Em meio à desconfiança em relação à responsabilidade fiscal, investidores acompanham o lançamento da nova política habitacional do governo federal pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta manhã. Estão junto com o chefe do Executivo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

O primeiro a discursar, Galípolo afirmou que desde o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), a participação do crédito imobiliário no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro praticamente dobrou, mas ainda é baixo.

Ao mesmo tempo, preocupa o mercado informação do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) de que o governo do presidente Lula prepara um pacote de bondades com impacto de cerda de R$ 100 bilhões em 2026, ano eleitoral, considerando medidas do Orçamento da União e estímulo a financiamentos, mas enfrenta um impasse sobre como bancar as ações após sofrer uma derrota na Câmara nesta semana. O número pode ser maior caso a proposta de isenção de tarifas de ônibus, em estudo inicial pelo Ministério da Fazenda, seja de fato implementada. Há também a possibilidade de reajuste do Bolsa Família.

Um dia depois de o Congresso retirar de pauta e enterrar a medida provisória com propostas de arrecadação alternativas ao aumento do IOF, na quarta-feira, ontem Lula disse que vai propor a taxação de fintechs como forma de compensação à derrubada da MP. Lula disse ter marcado uma reunião com Haddad e com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, na próxima semana. O ministro da Fazenda, aliás, desistiu de viajar a Washington para as reuniões anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A despeito das incertezas, expectativas de que o processo de desinflação no Brasil continua atenua um pouco o ambiente. “Ainda tem um reflexo do otimismo com a inflação, com a leitura do IPCA de setembro, divulgado ontem”, avalia Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez.

No IPCA de setembro, houve alta de 0,48%, depois da queda de 0,11% em agosto. O resultado ficou 0,04 ponto porcentual abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast (de 0,52%). No acumulado em 12 meses, o IPCA acelerou de 5,13% para 5,17%. Porém, as medidas de núcleos em sua maioria desaceleraram, agradando aos investidores.

Hoje o Itaú Unibanco diminuiu novamente sua projeção para o IPCA deste ano e do seguinte. A estimativa para o IPCA fechado em 2025 passou de 5% para 4,7% – 0,2 ponto porcentual acima do teto da meta (4,5%). Já a expectativa para o dado fechado em 2026 saiu de 4,4% para 4,3%, incorporando uma inércia menor, justifica o banco.

“Para 2025, avaliamos que os riscos para a inflação estão assimétricos para baixo”, afirma o relatório assinado pelo economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita.

Também ecoa em parte um cenário político “mais animado”, no sentido de percepção de responsabilidade fiscal por parte do Congresso, que na quarta barrou a votação da MP com alternativas ao aumento do IOF, diz o economista da BGC.

Ontem, a bancada do PT na Câmara dos Deputados protocolou um projeto de lei para aumentar a taxação das apostas (bets) de 12% para 24%.

No exterior, o quadro de cautela ainda espelha a paralisação da máquina pública dos EUA, que está em seu décimo dia, enquanto investidores monitoram o acordo de paz entre Israel e o Hamas.

Ontem, Ibovespa fechou em baixa de 0,31%, aos 141.708,19 pontos.

Às 11h05 desta sexta-feira, subia 0,04%, aos 141.765,64 pontos, ante alta de 0,40%, na máxima aos 142.273,75 pontos, e mínima em 141.242,91 pontos (-0,33%), vindo de abertura em 141.725,27 pontos (alta de 0,01%). Petrobras que caía entre 0,89% (PN) e 1,03% (ON). Vale diminuía alta a 0,68% e ações de grandes bancos iam para o negativo, com exceção de Itaú Unibanco (0,46%).

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Estadão

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