Ibovespa tem leve alta de 0,10% no dia, aos 145,4 mil, mas cede 0,29% na semana

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Defendendo a linha dos 145 mil pontos – após ter chegado esta semana por duas vezes seguidas a recordes de fechamento, na casa dos 146 mil, e no intradia à marca inédita dos 147 mil -, o Ibovespa perseverou em torno da estabilidade ao longo da tarde desta sexta-feira, vindo de correção de 0,81% na sessão anterior, e de -0,52% ainda na segunda-feira. Assim, na semana, o Ibovespa acumulou leve perda de 0,29%, em cima da realização de lucros vista na quinta-feira. Na semana anterior, então já também em máximas históricas, o índice da B3 havia avançado 2,53%.

Da mínima ao pico desta sexta-feira, oscilou dos 145.145,81 aos 146.234,55 pontos, saindo de abertura aos 145.326,12 pontos. Ao fim, marcava leve ganho de 0,10% na sessão, aos 145.446,66 pontos, com giro financeiro reduzido a R$ 16,0 bilhões. No mês, o Ibovespa avança 2,85% e, no ano, tem alta de 20,92%.

“O Brasil tem caminhado junto com demais emergentes, não apenas os da América Latina, nesse movimento de rotação de ativos a partir dos Estados Unidos, e que deve prosseguir, na medida em que o governo Trump busca enfraquecer o dólar. Com o Federal Reserve dando sequência à queda de juros por lá, e a Selic ao que tudo indica ficando aonde já está 15% ao ano ao menos até janeiro do ano que vem, o carry trade segue muito atrativo. O que já é perceptível no fluxo estrangeiro para a Bolsa brasileira”, aponta Cesar Mikail, gestor de renda variável na Western Asset. “Quando se coloca tudo em dólar, a bolsa brasileira está ali no grupo, junto com os demais emergentes”, em linha, nem atrás nem à frente, destaca ele.

No ano, até o dia 24, o fluxo de capital externo está positivo em R$ 25,618 bilhões na B3, conforme dados da Bolsa. E no mês de setembro, até a mesma data, houve entrada de R$ 4,373 bilhões por parte de estrangeiros, resultado de compras acumuladas de R$ 231,571 bilhões e vendas de R$ 227,198 bilhões.

Para Bruna Centeno, economista e advisor na Blue3 Investimentos, a economia americana segue muito resiliente, conforme os mais recentes dados de atividade e inflação, o que coloca em dúvida dois outros cortes de juros pelo Fed ainda este ano, após a deflagração do ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos na semana passada. “Aquela expectativa de diferencial de juros ainda maior entre Brasil e Estados Unidos ficou um pouco mais distante, no momento”, acrescenta.

Na B3, o desempenho da sessão foi positivo para os papéis dos maiores bancos, com destaque para Unit de Santander, em alta de 2,31%, na máxima do dia no fechamento. Entre as ações de commodities, Vale ON, principal papel do Ibovespa, mergulhou 1,92%, retirando fôlego do índice da B3. O fechamento foi moderadamente negativo para Petrobras, na ON (-0,63%) e na PN (-0,34%). Na ponta ganhadora do Ibovespa, Pão de Açúcar (+2,59%), Vamos (+2,51%) e ISA Energia (+2,48%). No lado oposto, Braskem (-14,81%), além de MRV (-2,01%) e Vale.

Os títulos de dívida (bonds) da Braskem 2028, de vencimento mais próximo e o principal compromisso financeiro da empresa no médio prazo, abriram em queda de 19% nesta sexta-feira em relação ao fechamento da quinta, diante das informações da empresa de contratação de assessores financeiro e jurídico para avaliar a estrutura de capital da petroquímica. O papel foi negociado a 51% do valor de face, segundo fontes que operam nas mesas de negociação de bonds em Nova York, reporta a jornalista Cynthia Decloedt, da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O quadro das expectativas para as ações na B3 no curtíssimo prazo mostra poucas alterações no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, em relação à edição anterior. Entre os participantes, a previsão de alta permanece majoritária, com fatia de 55,56%, ainda que abaixo dos 66,67% vistos na última pesquisa. A estimativa de baixa e de estabilidade avançaram, ambas, de 16,67% para 22,22%.

“Após os recordes recentes, o índice adota um compasso mais cauteloso, à espera da agenda econômica da próxima semana, que deve trazer dados importantes de atividade e inflação no Brasil”, diz Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital. “Dia sem muitas notícias para mexer com o Ibovespa, em que o DI também ficou um tanto de lado, com o principal dado do dia, o índice PCE métrica preferida do Federal Reserve de inflação ao consumidor nos EUA, totalmente dentro do esperado”, observa Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos.

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Estadão

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