Juros: apostas de corte da Selic em março/26 devem aumentar após tom conversador do Copom
Os juros futuros se ajustam nesta quinta-feira ao tom conservador do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que deve pressionar para cima as taxas mais curtas, com desinclinação da curva. O BC manteve a Selic em 15% ao ano pela terceira vez, em decisão unânime, e permaneceu no comunicado a frase sobre manter a taxa no nível atual por um “período bastante prolongado”.
O recuo dos rendimentos dos Treasuries pode ajudar a aliviar a ponta longa da curva. A agenda do dia traz leilões do Tesouro de LTN e NTN-F às 11h, e os dados da balança comercial de outubro às 15h.
Com isso, a curva deve apagar qualquer precificação que ainda existia de corte da Selic em dezembro, enfraquecer as apostas para janeiro e o mercado deve começar a colocar mais fichas para a reunião de março.
“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, disse o comunicado.
O Rabobank mantém seu cenário-base de início de um ciclo de cortes da Selic somente a partir do segundo trimestre de 2026.
Para o Citi, o comunicado “aponta para uma autoridade monetária “ainda mais comprometida” com objetivo de levar a inflação à meta de 3%”, mas mantém a previsão de que o Copom inicie um ciclo de cortes da Selic em janeiro de 2026.
Já Daycoval avalia que a probabilidade de corte de juros em janeiro passe a ser pequena. O Barclays diz que o comitê não parece mais ter dúvidas sobre se a manutenção do juro básico no nível atual seria suficiente para a convergência da inflação à meta.
A B.Side Investimentos afirma que o comunicado jogou um “balde de água fria” nos que esperavam qualquer tipo de flexibilidade. Para a XP, o Copom reconhece a melhora do cenário inflacionário, mas com bastante cautela.
Os aluguéis residenciais aumentaram 0,57% em outubro, após terem subido 0,30% em setembro. Os dados são do Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). O índice acumulou uma alta de 5,58% nos 12 meses encerrados em outubro, ante um avanço de 4,04% nos 12 meses terminados em setembro.

