Leila Pereira rebate Bap e defende ‘interesses’ do Palmeiras: ‘Não compro Vasco nem a Netflix’
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, rebateu as acusações de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, mandatário do Flamengo, após reunião em que alfinetou os clubes rivais que fazem parte da Libra durante reunião no Conselho Deliberativo. Em declaração nesta quarta-feira, ela reiterou que o time alviverde honrará os contratados assinados pelo bloco e se defendeu após ter seu nome ligado a uma possível compra da SAF do Vasco.
“O presidente Bap tem razão quando diz que eu tenho uma agenda muita clara. Afinal, todos sabem que defendo os interesses do Palmeiras sem tentar asfixiar os meus adversários, que eu trabalho arduamente pelo crescimento do futebol brasileiro e que honro todos os contratos assinados pelo clube, incluindo os das gestões anteriores”, disse a mandatária.
A fala de Leila se refere às declarações de Bap, que acusou a presidente de ter uma “agenda clara” quanto à defesa do bloco. O rubro-negro também citou o empréstimo que a Crefisa, empresa da qual Leila também é presidente, ao Vasco. “Quem pede ações da SAF se não puder ser pago? Ouvi dizer que da última vez em que isso aconteceu no Brasil os Menin compraram o Atlético-MG”, afirmou Bap nesta terça-feira.
“Quanto à insinuação do presidente Bap sobre o boato de que eu estou comprando o Vasco, ele pode ficar tranquilo. Eu não estou comprando o Vasco. Aliás, eu não estou comprando nem o Vasco nem a Netflix”, completou Leila Pereira. Na última semana, o Estadão mostrou que há um acordo entre Crefisa e o clube cruzmaltino para um empréstimo de R$ 80 milhões. Nele, é previsto que a empresa tenha poder de veto caso o Vasco queira vender parte da SAF e trazer novos investidores.
Já o trecho em que cita a Netflix remete à declaração no período em que ele esteve à frente da Sky. “Não somos concorrentes. Mas, daqui a pouco, se começarem a nos incomodar, podemos comprar esses caras (Netflix) no Brasil”, afirmou durante uma palestra no 5º Fórum de Marketing Empresarial, em 2014.
Além dos ataques a Leila, Bap manteve firme sua posição em relação à Libra nesta terça-feira. O presidente rubro-negro afirmou que não deixará o bloco ao menos até 2029, quando se encerra o primeiro acordo entre os clubes membros. Também defendeu uma nova divisão das receitas da televisão.
Os clubes da liga discordam quanto à forma de divisão dos valores referentes à compra dos direitos de transmissão pela TV Globo. No último mês, o Flamengo conseguiu o bloqueio de um repasse de R$ 77 milhões às equipes integrantes do bloco.
O Palmeiras estuda uma ação na Justiça para ter acesso aos valores, que são referentes ao Campeonato Brasileiro de 2025 e seria o segundo depósito realizado pela emissora. O primeiro ocorreu em 25 de julho, no total de R$ 76,6 milhões. Ainda restariam mais duas parcelas.
Em 2024, a Libra fechou com a Globo, em contrato até 2029, com valor anual de R$ 1,17 bilhão, mais uma variação referente ao serviço de pay-per-view Premiere. O dinheiro teria a seguinte divisão: 40% iguais para todos da primeira divisão, 30% segundo a posição na tabela e 30% por audiência.
O Flamengo alega que entrou com ação na Justiça para evitar “prejuízos adicionais”, ressaltando que os critérios da divisão de receitas por audiência “não reconhecem o poder gerador de recursos financeiros” pelo clube. Neste ano, em entrevista à Flamengo TV, BAP afirmou que não aceitaria ganhar somente “três vezes mais” do que os times menores do bloco.
Atualmente, o bloco é formado por ABC, Atlético-MG, Bahia, Brusque, Grêmio, Guarani, Paysandu, Red Bull Bragantino, Remo, Sampaio Corrêa, São Paulo, Santos, Vitória e Volta Redonda, além de Palmeiras e Flamengo. Existe a possibilidade, com o incômodo das demais partes, que sejam estudadas maneiras de retirar o clube rubro-negro do bloco.