Lucro da MBRF cai 62% e atinge R$ 94 milhões no 3º trimestre
A MBRF reportou lucro líquido de R$ 94 milhões no terceiro trimestre de 2025, conforme divulgação de balanço realizada na segunda-feira, 10, após o fechamento do mercado financeiro. O resultado representa queda de 62% em comparação com igual período de 2024, quando a companhia havia lucrado R$ 248 milhões. Apesar disso, a receita líquida da empresa, que nasceu da integração entre Marfrig e BRF, apresentou desempenho positivo, com alta de 9,2%, atingindo R$ 41,766 bilhões.
O Ebitda consolidado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em R$ 3,503 bilhões no terceiro trimestre, retração de 8,6% ante os R$ 3,831 bilhões do igual período de 2024. A margem Ebitda ajustada recuou para 8,4%, contra 10,0% no ano anterior. Por outro lado, foi o maior Ebitda trimestral do ano, com crescimento de 15,3% em relação ao segundo trimestre de 2025.
A performance da companhia foi influenciada por diferentes fatores em cada um de seus três principais negócios. Na América do Norte, a receita líquida em dólar cresceu 12,2%, para US$ 3,639 bilhões, impulsionada pelo aumento do preço médio de venda. No entanto, o volume de vendas caiu 6,3%, refletindo a menor oferta de gado nos EUA. O Ebitda da operação recuou 6,4%, para US$ 74 milhões.
Na América do Sul, a receita líquida teve alta de 18,1%, para R$ 5,659 bilhões. O volume de vendas cresceu 17,6%. O Ebitda ajustado subiu expressivos 31,8%, chegando a R$ 628 milhões. A BRF, a divisão de frangos e suínos, registrou receita líquida de R$ 16,283 bilhões (alta de 5,4%) e atingiu recorde de volume de vendas. Contudo, seu Ebitda ajustado caiu 14,9%, para R$ 2,525 bilhões, pressionado principalmente pelos bloqueios temporários às exportações brasileiras de frango devido à gripe aviária e pelo aumento nos custos de grãos e insumos.
A empresa gerou R$ 3,319 bilhões em caixa operacional no trimestre, um aumento de 9% em relação ao trimestre anterior. Os investimentos totalizaram R$ 1,409 bilhão. A dívida líquida consolidada fechou setembro em R$ 41,349 bilhões, com um índice de alavancagem (Dívida Líquida/Ebitda) de 3,09 vezes.
Integração
A companhia também deu início ao processo de captura de sinergias da fusão, com uma meta total de R$ 1 bilhão. Cerca de 60% desse valor está previsto para ser entregue já no primeiro ano pós-consolidação.
Em sua mensagem, o chairman Marcos Molina destacou que este foi o primeiro balanço após a criação da MBRF e reforçou a trajetória de construção de uma empresa multiproteína integrada, com foco em eficiência, marcas fortes e geração de valor a longo prazo. Ele enfatizou o recorde de volume de vendas e os avanços na expansão global como sinais positivos da estratégia adotada.
“Os resultados deste trimestre evidenciam a sólida trajetória da MBRF. Este foi um período marcado por avanços em desempenho, expansão da operação global e crescimento em todas as frentes do negócio. O resultado reflete o comprometimento das nossas equipes e a clareza da direção estratégica que adotamos desde 2022, com o objetivo de tornar a MBRF uma empresa multiproteína verdadeiramente integrada, cada vez mais eficiente, inovadora e com marcas fortes ao redor do mundo”, afirmou.

