Lucro do Itaú Unibanco vai a R$ 11,12 bilhões, alta de 13,9%
O Itaú Unibanco registrou lucro líquido recorrente de R$ 11,12 bilhões no primeiro trimestre, resultado 13,9% superior ao observado em igual período de 2024. Na comparação com o quarto trimestre de 2024, o ganho cresceu 2,2%.
O avanço no resultado do banco foi impulsionado por um crescimento das receitas maior que o aumento das despesas com provisões contra a inadimplência e também das despesas operacionais.
O saldo da carteira de crédito do banco cresceu 13,2% em um ano, para R$ 1,38 trilhão. Se for desconsiderado o efeito da variação cambial – o banco tem operações em países da América Latina e nos Estados Unidos -, o avanço da carteira foi de 9,4%.
A carteira de empréstimos destinados a pessoas físicas cresceu 8,6% em um ano, para R$ 448,8 bilhões. O crédito imobiliário também teve destaque, com alta de 16,7%, atingindo R$ 131,6 bilhões em operações. Mas a linha que mais cresceu foi a de crédito para micros, pequenas e médias empresas, com salto de 17,7% em 12 meses, chegando a R$ 273,2 bilhões em operações. A carteira para grandes empresas cresceu 13% em um ano, para R$ 425,3 bilhões.
A inadimplência das operações de crédito (atrasos superiores a 90 dias) ficou em 2,3% no primeiro trimestre, com uma queda de 0,4 ponto porcentual em relação ao mesmo período de 2024. E caiu 0,1 ponto na comparação com dezembro.
De acordo com o balanço, a baixa foi influenciada pelas operações de crédito no Brasil, onde os atrasos caíram 0,6 ponto porcentual em 12 meses, para 2,5%. Na América Latina, o índice ficou estável, em 1,4%.
‘Inovação e transformação’
“Além de evidenciar os avanços na nossa agenda de inovação e transformação cultural, especialmente na centralidade do cliente, a solidez dos nossos indicadores financeiros demonstra o quanto o Itaú Unibanco está preparado e forte para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades no curto e no longo prazo, gerando valor real para clientes, investidores e a economia brasileira”, disse o presidente do banco, Milton Maluhy, em nota.
O Itaú conseguiu aumentar ainda mais sua rentabilidade, que já era a maior do setor bancário no País. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do banco cresceu 0,6 ponto porcentual em um ano, e atingiu 22,5% no fim de março.
“Os resultados do banco neste primeiro trimestre de 2025 refletem um círculo virtuoso de solidez e entrega de valor”, afirmou o diretor financeiro e de relações com investidores, Gabriel Moura.
Nos três primeiros meses do ano, o Itaú Unibanco teve R$ 11,23 bilhões em receitas com prestação de serviços (tarifas bancárias e taxas) aos clientes, uma alta de 3,5% na comparação anual, mas uma queda de 4% ante o quarto trimestre. Nessa frente, tiveram destaque as receitas com administração de recursos, que cresceram 11,7%, para R$ 1,68 bilhão. Neste caso, a maior alta foi na administração de consórcios, que gerou receitas 40,2% maiores em um ano, de R$ 440 milhões.
Mas as maiores fontes de receitas foram as dos cartões de crédito e débito, que cresceram 4,7% em um ano e atingiram R$ 3,26 bilhões. O Itaú mudou a forma de divulgar o dado, passando a separar as receitas com emissão de cartões das que obtém com o processamento de pagamentos e recebimentos. Em cartões, a alta veio com o aumento do faturamento do crédito. Os cartões do banco tiveram giro de R$ 218,1 bilhões no primeiro trimestre, alta de 7,4% em um ano.
No banco de investimentos, o ItaúBBA, as receitas foram de R$ 1,05 bilhão, 6,4% menores em razão do menor volume de emissões de títulos de renda fixa. Na tesouraria, também as receitas encolheram 12,8%, para R$ 923 milhões. Além de contabilizar as exposições do Itaú ao mercado brasileiro, a tesouraria inclui a proteção cambial que o banco faz para o capital das operações na América Latina.
O Itaú Unibanco teve despesas totais de R$ 15,79 bilhões no primeiro trimestre, cifra 9,8% maior que a do mesmo período do ano anterior, e 5,5% abaixo do quarto trimestre.
A alta em um ano decorreu dos efeitos da negociação salarial da categoria dos bancários, válida a partir de setembro, e da maior despesa com participação nos lucros. O Itaú encerrou março com 96,3 mil funcionários, 500 a mais que no mesmo período de 2024.
Com pessoal, as despesas do banco somaram R$ 5,8 bilhões no trimestre passado, crescimento de 3,3% em um ano.
O Itaú encerrou o trimestre com 2.177 agências físicas no Brasil, 222 a menos do que em março de 2024.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.