Lula: ‘Espero que Galípolo esteja cheirando o mesmo ar que eu’ para queda de juros

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quinta-feira, 18, que está “sentido o cheiro de que logo, logo, a taxa de juros vai baixar”. O chefe do Executivo ressaltou ter 100% confiança no presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e garantiu que ‘jamais fará’ pressão para que ele tome qualquer decisão. E brincou: “Eu espero que ele esteja cheirando o mesmo ar de desejo que eu estou cheirando agora.”

A afirmação ocorreu durante café da manhã com jornalistas. Lula disse que, da mesma forma que se sente cheiro de chuva, “está sentido um cheiro que logo, logo, a taxa de juros vai começar a baixar”. O presidente destacou, no entanto, a autonomia do BC.

“É Galípolo quem tem de tomar a decisão. E eu espero que ele esteja cheirando o mesmo ar de desejo que eu estou cheirando agora. E se ele fizer isso, vai ser bom para ele, vai ser bom para mim, vai ser bom para o Brasil, vai ser bom para a indústria, vai ser bom para o desemprego, vai ser bom para o salário e vai ser bom para todo mundo”, declarou.

No evento, Lula disse que nunca foi favorável à independência do Banco Central. “Eu achei que o presidente da República indica o presidente do Banco Central e tira a hora que quiser. … O que não dá é o seguinte, do jeito que está, eu indiquei o presidente do Banco Central, ele vai ficar dois anos no outro governo (numa referência a ter ficado com o ex-BC Roberto Campos Neto, indicado pela gestão Jair Bolsonaro, quando venceu as eleições presidenciais em 2022). Eu acho que não é correto”, comentou.

“O governo quer ter o direito de indicar o presidente do Banco Central, na expectativa de que ele seja o melhor presidente do Banco Central possível. Eu fiquei oito anos com o Meirelles e não me arrependo. O Meirelles prestou um grande serviço. E tenho certeza que o Galípolo vai prestar um grande serviço, vai prestar um grande serviço”, apontou.

Ao encerrar seu discurso, Lula ainda disse que iria propor que o “pessoal da Faria Lima”, antes de ser contratado, “tivesse uma aula sobre o Brasil, sobre o povo brasileiro e sobre a periferia brasileira”. “Porque é muito fácil você não conhecer a realidade desse país e ficar dando palpites sobre coisas que você sabe que não é verdade”, indicou.

A ponderação ocorreu após recomendar que as pessoas “não acreditassem na primeira notícia de economia”. “Acho que tem gente ganhando dinheiro com notícia falsa”, apontou.

PUBLICIDADE
Estadão

Todas as notícias de Londrina, do Paraná, do Brasil e do mundo.