Mediana das previsões para IPCA de 2025 na pesquisa Firmus do BC cai de 5,5% para 5%

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A mediana das estimativas da pesquisa Firmus para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 recuou de 5,5% para 5,0%. Os resultados da mais recente Pesquisa Firmus, relativa ao terceiro trimestre de 2025, foram divulgados pelo BC nesta segunda-feira, 29. A autarquia ouviu 224 empresas não financeiras entre os dias 11 e 29 de agosto de 2025.

Já as medianas das expectativas para o IPCA de 2026 e 2027 permaneceram estáveis em 4,5% e 4,0%, respectivamente, em relação à pesquisa do segundo trimestre.

A mediana das expectativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 oscilou de 2,0% para 2,1%. Para 2026, cuja projeção foi coletada pela primeira vez nesta rodada, a mediana ficou em 1,9%.

A mediana das expectativas para dólar seis meses à frente recuou de R$ 5,80 para R$ 5,60.

Sentimento sobre a economia

A maioria (47,8%) das empresas não financeiras ouvidas pelo Banco Central veem sentimento “discretamente negativo” em relação à situação econômica atual, permanecendo em patamar negativo pela terceira rodada consecutiva.

Para a ampla maioria dos respondentes (71,4%), a oferta de crédito permaneceu inalterada em relação ao trimestre anterior.

O otimismo quanto ao desempenho relativo do setor de atuação da empresa manteve-se relativamente estável pelo segundo período consecutivo.

A proporção de empresas que prevê aumento acima de 4% nos custos de mão de obra teve pouca alteração, passando de 60,4% na pesquisa anterior para 59,8% na atual.

Já a parcela de empresas que projetam reajuste superior a 6% nos custos com insumos teve redução, de 22,5% no segundo trimestre para 17,9% no terceiro trimestre.

Houve uma pequena diminuição da parcela de empresas que planejam reajustes acima da inflação, de 37,4% na pesquisa do segundo trimestre para 32,6%.

Houve uma elevação nas expectativas para as margens de resultados nos doze meses à frente, com 28,6% das empresas não financeiras vendo margem de resultado “discretamente acima” e 4% “fortemente acima”.

Política tarifária dos EUA

A política comercial encampada pelo presidente dos Estados Unidos afetou as atividades das empresas não financeiras, aponta a pesquisa Firmus.

A resposta da maioria da empresas participantes da pesquisa se dá no tópico do documento reservadas às perguntas especiais e cujo destaque foi para o questionamento sobre se a política comercial dos EUA havia afetado os negócios das empresas. A resposta foi sim, “sobretudo de forma indireta, via aumento da incerteza econômica”. Mas uma parcela não desprezível apontou efeitos diretos, como aumento da concorrência com importados e redução na demanda externa.

“Em linha com os resultados da rodada anterior, a maioria dos participantes avalia que a política comercial dos EUA afetou suas atividades sobretudo de forma indireta, via aumento da incerteza econômica; contudo, uma parcela não desprezível apontou efeitos diretos, como aumento da concorrência com importados e redução na demanda externa”, lê-se no documento.

A Firmus visa captar a percepção de empresas não financeiras sobre a situação de seus negócios e sobre as variáveis econômicas. Tem a mesma função da Pesquisa Focus, também do BC, no âmbito do mercado financeiro.

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Estadão

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