México: Congresso aprova elevação de tarifas sobre produtos da China e outros países
O Congresso mexicano aprovou, na quarta-feira (10), a maior parte dos aumentos tarifários propostos pelo governo para mais de 1.400 produtos importados da China e de outros países sem acordos de livre-comércio com o México.
O Senado endossou a medida à noite, depois de a Câmara dos Deputados tê-la aprovado de madrugada. O partido governista Morena, da presidente Claudia Sheinbaum – que afirma serem as tarifas necessárias para estimular a produção doméstica – controla ambas as Casas. A votação no Senado registrou 76 votos a favor, 5 contra e 35 abstenções.
Analistas apontam que o real motivo é a negociação em curso com os EUA, principal parceiro comercial do México. Sheinbaum tenta obter alívio para as tarifas remanescentes impostas às exportações mexicanas pelo governo Trump, que acusa a China de usar o México como porta dos fundos para o mercado americano.
Os aumentos tarifários do México, de até 50%, vão atingir têxteis, calçados, eletrodomésticos, veículos e autopeças, entre outros, a partir de janeiro.
A China será a mais afetada, uma vez que o México importou US$ 130 bilhões em produtos chineses em 2024, montante superado apenas pelas compras vindas dos EUA. Pequim criticou os aumentos tarifários quando foram anunciados, em setembro.
“A verdadeira razão está ligada aos EUA, à revisão do USMCA que se aproxima e às negociações para obter reduções ou isenções das tarifas que o México enfrenta para acessar o mercado americano”, diz Oscar Ocampo, diretor do Instituto Mexicano para a Competitividade, referindo-se ao acordo de livre comércios entre EUA, México e Canadá. O México ainda enfrenta tarifas dos EUA nos setores automotivo, de aço e de alumínio.
Para Ocampo, o México está cedendo à imprevisibilidade do presidente americano, Donald Trump, e alterando sua política comercial “na direção errada”. Segundo ele, as novas tarifas criarão rupturas nas cadeias de suprimentos e podem pressionar a inflação num momento de desaceleração econômica, afetando setores como autopeças, plásticos, químicos e têxteis. Fonte: Associated Press.
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