Mulher é enforcada no meio da rua no centro de SP; Baixada Santista tem caso semelhante
Uma mulher foi enforcada por um homem no meio da Alameda Barão de Piracicaba, nos Campos Elíseos, na região central de São Paulo, na manhã de terça-feira, 2. O agressor foi preso em flagrante.
Uma câmera do Smart Sampa – sistema de monitoramento da Prefeitura de São Paulo – registrou o momento em que a vítima caminha pela calçada ao lado de outra pessoa. Ela tenta atravessar a via, mas o agressor se aproxima e os dois começam a discutir.
A mulher se afasta do homem, mas ele a encurrala na parede e passa a enforcá-la, antes de derrubá-la no chão. Um agente da Companhia de Engenharia de Trafego (CET) que passava pela rua vê a cena e tenta intervir. No mesmo momento, uma equipe da Guarda Civil Municipal (GCM) também se aproxima e imobiliza o agressor.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo informou que o homem, de 37 anos, estava alterado e sob efeito de substâncias, o que fez com que fosse necessário o uso de algemas. Ele foi detido e encaminhado à 1ª Delegacia de Defesa da Mulher, onde o caso foi registrado como violência doméstica e lesão corporal.
A pasta não confirmou qual é a relação entre a vítima e o agressor, mas disse que a mulher relatou que os dois haviam discutido antes da agressão. O homem admitiu tê-la segurado pelo pescoço. A defesa dele não foi localizada.
Baixada Santista
Três dias antes da agressão registrada na capital paulista, outra mulher também foi vítima de violência doméstica em via pública, desta vez em Itanhaém, na Baixada Santista.
Uma câmera de segurança registrou o crime, que ocorreu na madrugada do último sábado, 29. Nas imagens, publicadas nas redes sociais pela deputada estadual Solange Freitas, é possível ver o homem dando um tapa no rosto da vítima, antes de chutá-la, agarrá-la pelo pescoço e jogá-la no meio da rua.
A mulher chega a se levantar, mas volta a ser agredida e derrubada. Todas as vezes em que ela cai no chão, o homem a enforca. A sequência de agressões foi tão grave que a vítima desmaiou.
De acordo com a SSP, o caso é investigado por meio de inquérito policial instaurado pela DDM de Itanhaém. Em entrevista à TV Tribuna, a delegada Damiana Shibata Requel, titular da unidade, afirmou que a corporação foi acionada por uma denúncia anônima.
A delegada disse que os policiais foram até a casa da mulher na segunda-feira, dia 1º, mas que ela afirmou que não registrou boletim de ocorrência porque não se reconhece como vítima. Ainda assim, a SSP confirmou que a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva do homem e aguarda a decisão judicial.
“Eles tiveram uma discussão e ele, sem nenhum medo da Justiça, espancou ela na frente de casa”, disse Damiana. Ela afirmou também que o homem já respondeu a outros dois processos por agressão contra ex-companheiras. A defesa dele não foi localizada.
Recorde de casos de feminicídio em SP
O crime de feminicídio – tipificado pela Lei 13.104/2015 – é o assassinato de mulheres em contexto de violência doméstica ou de gênero. De acordo com dados da SSP, o Estado de São Paulo registrou 207 casos de feminicídio entre janeiro a outubro deste ano, com 114 registros no interior, 40 na Região Metropolitana de São Paulo e 53 na capital.
A cidade de São Paulo, inclusive, já contabiliza em dez meses o maior número de feminicídios da série histórica, desde 2015, quando o crime foi tipificado em lei federal: entre janeiro e outubro, foram registrados 53 casos. O número é superior ao total de todos os anos anteriores. Até então, o maior índice havia sido registrado em 2024, com 51 feminicídios ao longo dos doze meses.
Nesta semana, a capital dois casos brutais. No sábado, 29, Taynara Santos, de 31 anos, teve as pernas amputadas após ser atropelada e arrastada por um quilômetro na Marginal Tietê. Já na segunda-feira, 1º, Evelyn de Souza Saraiva foi baleada pelo ex-companheiro com duas armas na pastelaria onde trabalhava, no Jaçanã, na zona norte de São Paulo.

