NY, minério, Haddad e IPCA no Focus estimulam alta do Ibovespa, mas temor tarifário segue

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A alta de 2,08% do minério de ferro em Dalian, na China, e dos índices das bolsas de Nova York empurram para cima o Ibovespa no início do pregão desta segunda-feira (21) de agenda esvaziada. Além disso, novo alívio nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano e do seguinte no boletim Focus é bem visto, ajudando a atenuar as recentes quedas do principal indicador da B3.

Na sexta-feira, dia 18, o Ibovespa fechou em baixa de 1,61%, aos 133.381,58 pontos, no menor nível de encerramento em três meses, terminando a semana com recuo de 2,06%. Já o dólar subiu 0,73%, fechando aos R$ 5,5876.

O economista-chefe do BV, Roberto Padovani, pontua que a semana passada foi mais um período complicado nos mercados, em função de temais globais. “As atenções continuaram voltadas a questões tarifárias norte-americanas com imposição e novas tarifas a novos países, com atenção especial a Brasil e México”, diz, acrescentando que o assunto deve continuar no foco assim como a pressão sobre o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, para que reduz os juros dos EUA.

Além da alta do Ibovespa, o dólar cai ante o real e os juros futuros curtos têm alívio, observa Bruna Sene, analista de renda variável da Rico, em nota. Segundo ela, o movimento indica certa recuperação dos ativos, embora o cenário ainda seja bastante incerto no âmbito das tarifas americanas impostas ao Brasil.

De certa forma, Sene acredita que as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta segunda à CBN, dão certa tranquilidade assim como o arrefecimento nas projeções para o IPCA no Focus deste ano e do seguinte, além da alta do minério de ferro na China.

As afirmações de Haddad, diz a analista da Rico, trouxeram certo alívio, no sentido de indicarem espaço para uma solução diplomática no âmbito das tarifas. “É um assunto que deve seguir no radar e continuar gerando volatilidade e também a semana é de agenda mais vazia”, completa Sena.

No exterior, a agenda também é esvaziada. Os dirigentes do Fed já estão em período de silêncio, dada a proximidade da reunião de política monetária, na terça e quarta-feira que vem, mesmos dias da do Brasil.

Os temores de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endureça ainda mais as tarifas de 50% impostas ao Brasil após a ofensiva contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seguem no radar. Na sexta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou medidas restritivas a Bolsonaro, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica, em meio ao tarifaço brasileiro.

Nesta manhã, à Rádio CBN, Haddad afirmou que nesta semana serão apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva alternativas para fazer frente ao impacto da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros que entram nos EUA. Ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, no fim de semana, o ministro afirmou que o governo não planeja retaliar os Estados Unidos com medidas sobre dividendos.

Quanto ao boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, o destaque é a desaceleração nas estimativas para o IPCA. A mediana para o IPCA de 2026 passou de 4,50% para 4,45%, abaixo do teto da meta pela primeira vez desde o relatório publicado no dia 17 de março. Para 2025, a expectativa foi de 5,17% para 5,10%.

Ainda fica no foco a Petrobras, que diz estudar constantemente oportunidades de negócios sinérgicos em todos os segmentos de energia, após relatos sobre a possibilidade de retorno ao mercado de distribuição de combustíveis. As ações da Petrobras subiam entre 0,68% (PN) e 0,77% (ON), às 11h05. Vale tinha alta de 2,68%, enquanto papéis de grandes bancos avançavam também, até 0,50% (Bradesco); BB caía 0,59%.

Por volta das 11h, o Ibovespa subia 0,72%, aos 134.335,82 pontos, após alta de 0,77%, na máxima em 134.409,46 pontos, ante abertura em 133.381,58 pontos, com variação zero, perto da mínima em 133.367,36 pontos (-0,01%).

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Estadão

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