PagBank tem lucro líquido recorrente de R$ 565 mi no 2º tri; alta é de 4% em 1 ano
O PagBank, banco digital e empresa de pagamentos, registrou lucro líquido recorrente de R$ 565 milhões no segundo trimestre, crescimento anual de 4%. A receita líquida aumentou 18% na comparação com o mesmo período de 2024, atingindo R$ 5,1 bilhões, com as operações bancárias ganhando espaço no grupo.
O resultado do negócio bancário saltou quase 100% em 12 meses, chegando a 26% do lucro bruto, ante 14% há um ano, e a 21% da receita. Nesse negócio, já são 11,5 milhões de clientes ativos, 400 mil a mais que no fim do segundo trimestre de 2024. Ao todo, o PagBank fechou junho com 33 milhões de clientes, alta anual de 5% – desse total, 17,7 milhões são ativos.
O retorno sobre o patrimônio (ROE, na sigla em inglês) ficou em 14,5%, de 14% ao final de junho do ano passado. Na adquirência, os volumes capturados (TPV) nas maquininhas de cartões tiveram alta de 4% no comparativo anual, para R$ 130 bilhões.
O CEO do PagBank, Alexandre Magnani, ressalta que a desaceleração da economia, por conta dos juros a 15%, levam a uma retração do consumo, influenciando o setor de pagamentos. Mesmo nesse ambiente, a empresa conseguiu avançar no lucro, a receita cresceu e houve maior controle de despesas.
Sobre o crescimento anual menor do TPV, os executivos ressaltam que no segundo trimestre de 2024 o crescimento foi muito expressivo, de 34%, então a base de comparação anual fica maior.
Por conta dos juros mais altos, a PagBank vem fazendo reajustes de preços para os lojistas desde outubro do ano passado, buscando neutralizar o custo financeiro maior, ressalta o diretor financeiro (CFO), Artur Schunck.
No banco digital, a captação total de recursos cresceu 11% em um ano, para R$ 43 bilhões. O volume de depósitos do PagBank avançou 9% em um ano, para R$ 37,2 bilhões. No banco, são R$ 91 bilhões no chamado ‘cash-in’, montante de recursos que os clientes recebem e fazem transações pelo banco, alta anual de 19%. As receitas saltaram 61% em um ano, para R$ 699 milhões.
A carteira de crédito expandida, que inclui as operações de desconto de recebíveis, somou R$ 48 bilhões, alta de 11% no período de um ano. Já a carteira de crédito, que inclui linhas como consignado e capital de giro e cartão, ficou em R$ 3,9 bilhões, expansão de 34% no ano. “O nível de cobertura e qualidade é absolutamente ímpar”, disse o diretor de Relações com Investidores, Gustavo Sechin, ressaltando o ambiente econômico “extremamente desafiador” no semestre.
Ainda no banco, a taxa de inadimplência acima de 90 dias ficou em 2,4% ao final do segundo trimestre, ante 3,2% um ano antes e 2,3% no primeiro trimestre.
Projeções e recompra
A companhia manteve as projeções (guidances) para 2025. Em lucro bruto, a previsão continua de expansão de 7% a 11%; em lucro por ação, manteve em alta de 11% a 15%; no investimento (capex), manteve em R$ 2,2 bilhões a R$ 2,4 bilhões. Com esse programa mais os dividendos, o retorno da empresa ao acionista somou R$ 1,9 bilhão nos últimos 12 meses.
O programa de recompra de ações, de US$ 200 milhões, lançado este ano continua em execução. Foram recompradas até agora 30 milhões de ações, que somaram R$ 1,5 bilhão. É o terceiro programa de recompra da companhia, que entrou em vigência em maio.