Palmeiras amarga 8ª queda, assume erros, mas não sabe como corrigi-los: ‘Falta uma sintonia’
A oitava eliminação seguida em casa nos últimos anos do Palmeiras fez o diretor Anderson Barros decidir se pronunciar depois da derrota no dérbi que elevou a pressão no clube.
Em quase 30 minutos de entrevista, o dirigente reconheceu que a queda na Copa do Brasil com duas derrotas para o maior rival e um futebol pobre é resultado de uma série de erros do Palmeiras.
Ele assumiu que há falhas no processo, da presidência aos atletas, mas não citou quais são esses erros e como o clube vai trabalhar para corrigi-los. Barros até mencionou o famoso pensamento atribuído a Albert Einstein (“é insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”) para dizer que, internamente, o clube vai trabalhar para melhorar, embora sem afirmar o que será feito.
“Na nossa roda final agora dissemos que precisamos voltar a jogar bem, porque nós sabemos qual o caminho. Só que às vezes não vem de forma imediata”, afirmou o cartola. Na sua avaliação, são necessários ajustes porque falta “uma sintonia”. “É apenas uma sintonia que falta e a gente vai encontrar essa engrenagem para voltar a fazer o Palmeiras ser vencedor”.
“Temos que ter consciência, clareza de tudo aquilo que q gente está fazendo, reconhecer que nós de alguma forma estamos comentando erros. Corrigi-los e acho que a gente tem capacidade suficiente para entendê-los”, completou o dirigente.
Na avaliação de Barros, um dos mais cobrados pela torcida, o investimento de mais de R$ 500 milhões em reforços feito nesta temporada foi direcionado para atletas de alto nível, a maioria deles jovens.
A pouca idade dos atletas contratados nesta temporada, baixando a média de idade do plantel, disse o diretor, não é um dos problemas detectados pela diretoria para explicar o desempenho ruim, o vice no Paulistão e a queda na Copa do Brasil, outra vez em casa.
“Essa é uma linha do Palmeiras que a gente entende que é extremamente positiva. Não podemos julgar por idade, é uma característica que o Palmeiras tem adotado, ela tem funcionado. Não é por essa jovialidade que os resultados não estão aparecendo. É um conjunto. São tantos processo e em alguns deles a gente pode estar falhando, mas temos que ter confiança”, argumentou.
Ele, como Abel, não enxerga caos no Palmeiras nem cenário de terra arrasada. Haverá mudanças, mas poucas, nenhuma profunda, e Barros não soube explicar quais.
“Nós investimos e esperávamos que já estivesse rendendo. Todos nós nos cobramos muito diariamente. Precisamos entender o processo. Não tenha dúvida que nós somos cobrados. Da presidente para direção, para comissão e atletas.”
Certo é que o pensamento da diretoria quanto ao desejo de renovar o contrato de Abel Ferreira segue o mesmo. Embora o time não erga taças desde o Paulistão de 2024, o treinador permanece prestigiado e só sairá se ele quiser. “Queremos que o Abel fique até dezembro de 2027, e que se o Abel quiser, e ele já disse que tem essa vontade, ele continuará conosco”.
Barros assegurou que está no mercado para repor a saída de Richard Ríos, vendido por R$ 195 milhões ao Benfica há quase três semanas. A janela será fechada no dia 2 de setembro e a diretoria ainda não tem sequer um alvo definido.
“Trouxemos o Lucas Evangelista já pensando nessa condição (a saída do Ríos). Vamos, sim, buscar e encontrar outra peça para recompor e fortalecer a equipe”, disse. “Mas sabemos que os atletas que temos hoje são extremamente capazes de levar o Palmeiras para onde ele tem que estar.”
TODAS AS OITO ELIMINAÇÕES SEGUIDAS DO PALMEIRAS
2021 – CRB (Copa do Brasil)
2022 – São Paulo (Copa do Brasil)
2022 – Athletico-PR (Libertadores)
2023 – São Paulo (Copa do Brasil)
2023 – Boca Juniors (Libertadores)
2024 – Flamengo (Copa do Brasil)
2024 – Botafogo (Libertadores)
2025 – Corinthians (Copa do Brasil)