Preços de remédios para hospitais caem 0,56% em outubro, mostra IPM-H
Uma boa notícia para a inflação é a queda de 0,56% em outubro nos preços dos medicamentos adquiridos pelos hospitais, conforme mostra Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe) em parceria com a Bionexo. O resultado ampliou a queda de 0,38% de setembro e marcou a sexta variação negativa consecutiva do índice.
Com isso os preços dos remédios comprados pelos hospitais mudaram de sinal e passaram a acumular uma ligeira queda de 0,04% no acumulado de 12 meses, mais que devolvendo a alta de 4,18% registrada em abril, mês em que a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) autoriza os laboratórios farmacêuticos a reajustarem preços.
O IPM-H é elaborado pela Fipe com base em dados transacionais da Bionexo, healthtech que atende cerca de 9 mil clientes e 30 mil fornecedores no Brasil, Argentina, Colômbia, México e Equador. O índice reflete o comportamento real dos preços negociados entre hospitais e fornecedores.
Segundo Rodrigo Romero, vice-presidente de Crescimento da Bionexo, a sequência de quedas do IPM-H reflete um ambiente de maior previsibilidade para as instituições de saúde. “A combinação entre planejamento, digitalização e uso de dados tem favorecido uma gestão mais eficiente de custos e estoques, o que contribui para a estabilidade dos preços e a sustentabilidade do setor”, avaliou.
A história dos preços dos medicamentos para os hospitais em outubro se mostrou melhor que o enredo da inflação agregada que, pelo IPCA ficou em 0,09%, a menor dos últimos 27 anos, e até mesmo do IGP-M, que indicou retração de 0,36% nos preços de mercado. Neste segmento, o dos medicamentos, o câmbio, que exerce muita influência na composição dos preços, recuou 0,34% no mês em análise.
De acordo com o economista e pesquisador da Fipe, Bruno Oliva, “o recuo de 0,56% em outubro acompanha exatamente o padrão sazonal do período, repetindo a variação média observada entre 2015 e 2024. Essa coincidência reforça a maturidade do IPM-H e o ciclo típico do mercado, que concentra reajustes no início do ano e passa, nos meses seguintes, por uma fase natural de acomodação dos preços.”
Individualmente, considerando o comportamento dos preços dos grupos terapêuticos que compõem a cesta de cálculo do IPM-H, as variações foram majoritariamente negativas no mês, abrangendo: órgãos sensitivos, 1,83%; anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, 1,72%; aparelho cardiovascular, 1,27%; sistema nervoso, 1,23%; preparados hormonais, 1,03%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, -1,01%; aparelho geniturinário, 0,95%; sangue e órgãos hematopoiéticos, 0,66%; sistema musculoesquelético, 0,47% e agentes antineoplásicos, 0,12%.
Em contrapartida, dois grupos apresentaram aumentos mensais nos preços: aparelho digestivo e metabolismo, 0,22% e aparelho respiratório, 0,17%.
Ao incorporar o resultado negativo de outubro, a alta acumulada pelo IPM-H no ano foi revista para 0,48%. A manutenção do índice em terreno positivo ainda reflete o contraste entre os grupos.

