Putin propõe a Trump cessar-fogo condicionado a concessões territoriais da Ucrânia
O presidente russo, Vladimir Putin, apresentou ao governo americano esta semana uma proposta abrangente de cessar-fogo na Ucrânia, exigindo grandes concessões territoriais de Kiev – e um esforço para o reconhecimento global de suas reivindicações – em troca da interrupção dos combates, de acordo com autoridades europeias e ucranianas.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que se reuniria com Putin na próxima semana no Alasca para discutir o fim da guerra. Ele escreveu em uma publicação nas redes sociais nesta sexta-feira, 8, que a reunião aconteceria na próxima, 15 de agosto.
Autoridades europeias expressaram sérias reservas sobre a proposta de Putin, que exigiria que a Ucrânia entregasse o Leste de seu território, uma região conhecida como Donbass, sem que a Rússia se comprometesse com nada além de interromper os combates. A oferta, que Putin transmitiu na quarta-feira, 6, ao enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, em Moscou, desencadeou uma disputa diplomática para obter mais clareza sobre os detalhes da proposta.
Autoridades europeias e ucranianas, que foram informadas por Trump e Witkoff em uma série de ligações telefônicas esta semana, disseram temer que Putin esteja simplesmente usando a oferta como um estratagema para evitar a imposição de novas sanções e tarifas americanas enquanto continua a guerra.
Trump disse na quarta-feira que a oferta do líder russo não era um avanço, mas era atrativa o suficiente para começar a organizar uma reunião de cúpula já na próxima semana. A proposta pode sinalizar um distanciamento das demandas anteriores da Rússia por controle total das regiões ao longo de toda a linha de frente, que se estende além do Donbass.
Putin disse a Witkoff que concordaria com um cessar-fogo completo se a Ucrânia concordasse em retirar suas forças de toda a região leste de Donetsk, segundo autoridades informadas sobre a ligação. A Rússia controlaria então as regiões de Donetsk e Luhansk, bem como a península da Crimeia, região da qual se apoderou em 2014, desejando que seja reconhecida como território russo soberano.
A Rússia agora ocupa a maior parte de Donetsk e Luhansk, mas as forças ucranianas ainda controlam porções consideráveis do território, incluindo cidades-chave que agora são redutos de sua defesa.
Em uma série de ligações telefônicas esta semana, os europeus buscaram obter clareza sobre um aspecto fundamental da proposta: o que aconteceria nas regiões de Zaporizhia e Kherson, no sul, onde as tropas russas também controlam parte do território. Autoridades informadas pelo governo Trump em ligações na quarta e quinta-feira tiveram impressões conflitantes sobre se Putin pretendia congelar as linhas de frente atuais ou eventualmente se retirar completamente dessas regiões.