Red Bull demite Christian Horner após 20 anos na F-1 em meio a polêmicas e fraca temporada

Um dos chefes mais longevos do atual grid da Fórmula 1, Christian Horner foi demitido pela Red Bull nesta quarta-feira, três dias após mais um desempenho fraco da equipe no GP da Inglaterra, em Silverstone. O chefe de Max Verstappen deixa o cargo com efeito imediato, encerrando uma trajetória de 20 anos no cargo, após seguidas polêmicas nas últimas duas temporadas.
A demissão surpreende porque Horner acumulou diversas conquistas em sua trajetória como dirigente da equipe austríaca nestas últimas duas décadas. Foram oito títulos do Mundial de Pilotos, com o alemão Sebastian Vettel (2010, 2011, 2012, 2013) e Verstappen (2021, 2022, 2023 e 2024), além de seis troféus do Mundial de Construtores (2010, 2011, 2012, 2013, 2022 e 2023).
Neste período, o sucesso de Horner o elevou a categoria de celebridade dentro e fora do paddock da Fórmula 1. Contribuiu para tanto seu destaque na “Drive To Survive”, da Netflix, que destacou sua rivalidade com Toto Wolff, chefe da Mercedes. Além disso, o britânico de 51 anos vem a ser casado com Geri Halliwell, estrela da música que fez parte da Spice Girls.
Horner será substituído por Laurent Mekies, atual chefe da RB, time satélite da Red Bull na F-1. Diretor da equipe menor, Alan Permane foi promovido ao cargo de chefe da RB. A saída de Horner foi anunciada em breve comunicado da Red Bull. “A Red Bull dispensou Christian Horner de suas funções operacionais a partir de hoje (quarta-feira, 9 de julho de 2025) e nomeou Laurent Mekies como CEO da Red Bull Racing”, disse um porta-voz do time austríaco
“Oliver Mintzlaff, CEO de Projetos Corporativos e Investimentos, agradeceu a Christian Horner por seu trabalho excepcional nos últimos 20 anos. Gostaríamos de agradecer a Christian Horner pelo seu trabalho excepcional nos últimos 20 anos”, acrescentou Mintzlaff.
A cúpula da equipe não explicou o motivo da demissão no comunicado. Apesar do domínio de Verstappen na F-1 nos últimos anos, Horner vinha enfrentando resistência dentro e fora da equipe em razão do fraco desempenho dos carros da equipe nesta temporada. Na semana passada, ele foi alvo de diversos questionamentos sobre os rumores de que o tetracampeão mundial deixaria a equipe no fim do ano rumo à rival Mercedes.
O ano vem sendo marcado até agora por reclamações de Verstappen quanto à qualidade do carro desta temporada, abaixo da McLaren, a equipe dominante de 2025. Com o campeonato já superado a metade, piloto e time têm chances remotas de conquistar os títulos dos Mundiais de Pilotos e Construtores.
Horner é o mais recente de uma série de executivos de alto escalão a deixar a equipe nos últimos 18 meses. O grande projetista Adrian Newey se juntou à Aston Martin e o diretor esportivo Jonathan Wheatley partiu para a Sauber. Todas essas mudanças ocorreram após a morte, em 2022, de Dietrich Mateschitz, o bilionário cofundador da Red Bull que criou seu projeto de F-1.
A equipe também reorganizou os pilotos, dispensando o mexicano Sergio Pérez no final da última temporada, antes de uma breve experiência malsucedida com Liam Lawson como companheiro de equipe de Verstappen. Lawson foi substituído por Yuki Tsunoda, que não marcou nenhum ponto em cinco corridas.
O anúncio foi feito mais de um ano depois que Horner foi acusado de má conduta em relação a um funcionário da equipe. Uma investigação conduzida em nome da Red Bull rejeitou a alegação, assim como uma investigação adicional conduzida após o funcionário recorrer da decisão inicial, disse a Red Bull na época. Horner permaneceu no comando da equipe de F1 durante todo o processo.
Horner, um ex-piloto cuja carreira nas pistas estagnou um nível abaixo da F-1, era o chefe de equipe mais jovem da categoria aos 32 anos, quando assumiu o comando da Red Bull em 2005, depois que a empresa de bebidas comprou a Jaguar. Ele era o único chefe de equipe com duas décadas ocupando o mesmo posto no grid atual da F-1.
A saída de Horner em meio aos esforços da equipe para se preparar para uma das maiores mudanças nas regras da F-1 em décadas na próxima temporada. A Red Bull fabricará seus próprios motores em parceria com a Ford, um projeto então liderado por Horner.