Reino Unido: médico que amputou as próprias pernas para ter indenização é condenado por fraude

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Um cirurgião foi condenado por fraude na última quinta-feira, dia 4, em Truro, na Inglaterra, após congelar as próprias pernas para que fosse necessário amputá-las e, assim, receber indenização.

De acordo com a emissora britânica BBC, os promotores afirmaram que o cirurgião vascular Neil Hopper, de 49 anos, disse a duas seguradoras que os ferimentos que resultaram na amputação de suas pernas abaixo do joelho foram causados por sepse, após uma doença não identificada. Na época, ele chegou a receber 466 mil libras (cerca de R$ 3,4 milhões na cotação atual) em indenizações.

As investigações, porém, apontaram que Hopper usou gelo seco para congelar as próprias pernas e provocar a necessidade de amputação. Ainda segundo a BBC, o promotor Nicholas Lee apontou que o médico tinha “interesse sexual” em amputações.

Ele admitiu os crimes e foi condenado pelo Tribunal da Coroa de Truro a dois anos e oito meses de prisão por fraude de seguro e posse de pornografia extrema. Hopper havia sido preso em março de 2023 e perdeu o direito de exercer a profissão em dezembro do mesmo ano.

Antes de ser investigado, Hopper trabalhava para o Royal Cornwall Hospitals NHS Trust (RCHT), que integra o sistema público de saúde do Reino Unido, e foi o responsável por centenas de operações de amputação. A instituição disse à BBC que as condenações não estavam relacionadas à “conduta profissional” do médico e que suas “investigações exaustivas não encontraram nenhuma evidência que indique qualquer risco ou dano aos pacientes”.

De acordo com a BBC, ele nunca contou aos médicos que o atenderam a verdadeira causa dos seus ferimentos.

Os promotores chegaram até ele durante uma investigação sobre o administrador do site EunuchMaker, Marius Gustavson. O cirurgião comprou três vídeos da plataforma, por valores que variam de 10 libras (R$ 73) a 35 libras (R$ 256), que mostram homens tendo seus órgãos genitais removidos voluntariamente.

A investigação também encontrou cerca de 1,5 mil mensagens em que Hopper relatava a Gustavson suas amputações e como havia provocado os ferimentos. Gustavson foi condenado à prisão perpétua, com uma pena mínima de 22 anos, pelo Tribunal Central Criminal, em 2024, por liderar uma rede de modificações corporais extremas.

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Estadão

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