Smart Sampa passa a monitorar câmeras do Aeroporto de Congonhas; entenda

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A Prefeitura de São Paulo passou a incluir o Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital, no programa de reconhecimento facial Smart Sampa. Com a incorporação de 24 câmeras, o embarque, desembarque e áreas públicas do terminal agora são monitorados pelo sistema. O interior da área restrita, após o embarque, não será vigiado.

A gestão já monitora os terminais rodoviários da cidade. O objetivo principal com a inclusão do aeroporto é identificar foragidos da Justiça. Guardas civis metropolitanos ficarão no terminal para eventuais prisões.

Apesar de as câmeras já estarem integradas ao sistema, a medida será anunciada nesta terça-feira, 11, pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB). “É mais um passo importante para proteger a população e deixar claro que São Paulo não é um local para procurados pela Justiça”, afirmou o secretário municipal de Segurança Pública, Orlando Morando.

O Smart Sampa já conta com cerca de 40 mil câmeras – 20 mil pertencem ao consórcio firmado pela Prefeitura e o restante, a parceiros privados e cidadãos. O sistema utiliza inteligência artificial para identificar se eventuais foragidos registrados no Banco Nacional de Mandados de Prisão são flagrados nas gravações.

As imagens também podem ser usadas para registrar crimes. Assim que flagra um suspeito ou um crime, a IA avisa a equipe da Guarda Civil Metropolitana (GCM) mais próxima, com base no georreferenciamento de viaturas, e envia a imagem do suspeito.

O programa já ajudou na prisão em flagrante de 3.505 pessoas e na captura de 2.301 foragidos.

Câmeras e inteligência artificial ganham cada vez mais força

Câmeras e IA ganham papel cada vez maior na segurança pública, tanto no patrulhamento quanto na inteligência investigativa. Mais do que flagrar foragidos e crimes, a vantagem está em rastrear áreas críticas e dinâmicas de gangues, por exemplo.

Monitoramento do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) aponta a existência de pelo menos 421 projetos que utilizam técnicas de reconhecimento facial no País.

Um estudo de julho conduzido por esse grupo acadêmico, porém, aponta que não houve redução significativa de homicídios, roubos e furtos em São Paulo após a instalação do Smart Sampa. A Prefeitura contesta a metodologia usada pelo CESeC e diz que as câmeras auxiliam nas investigações.

Entre outras críticas ao modelo, estão identificações imprecisas, abordagens indevidas e risco de violação à privacidade. O Smart Sampa levou dois anos para ser implementado após questionamentos, por parte de órgãos como o Ministério Público Estadual e outras entidades, sobre o edital de implementação do sistema.

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Estadão

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