Tarifaço pode desorganizar cadeia de abastecimento, mas é cedo para cravar, avalia Abras
O vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Márcio Milan, afirmou que o chamado “tarifaço” anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode provocar uma desorganização na cadeia de abastecimento no Brasil. Apesar do alerta, ele ponderou que ainda é cedo para medir com precisão os impactos sobre preços e oferta de produtos no mercado interno.
Milan explicou que o tema vem sendo acompanhado de perto pelo setor, especialmente diante da possibilidade de tarifas de importação americanas chegarem a níveis acima de 50% para determinados itens.
Segundo o executivo, na próxima semana, os membros do Fórum Nacional da Cadeia de Abastecimento devem se encontrar para discutir o assunto e tentar construir um posicionamento do setor e que pode ser levado ao governo federal. O fórum já ocorreu no início de junho e reuniu representantes de diferentes elos da cadeia produtiva e tem atuado como interlocutor em pautas de impacto nacional.
Além do monitoramento das negociações internacionais, Milan salientou que o setor supermercadista também discute medidas domésticas para mitigar riscos e manter o ritmo de consumo das famílias. Uma das propostas em avaliação é antecipar a desoneração da cesta básica de alimentos, medida que, segundo ele, poderia ajudar a reduzir custos e estimular a demanda interna.
“É um momento de atenção e de olhar para dentro. Temos oportunidades de aumentar o consumo das famílias e manter a roda girando, mesmo diante das incertezas externas”, afirmou, em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 24.