Velório de Jards Macalé será nesta terça no centro do Rio

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O velório de Jards Macalé será nesta terça-feira, 18, na Sala Sidney Muller do Palácio Gustavo Capanema, localizado no centro do Rio de Janeiro. A cerimônia ficará aberta ao público das 10h às 15h. Após o velório, o corpo seguirá para o sepultamento no Cemitério São João Batista, que fica em Botafogo, Zona Sul do Rio, às 16h.

O cantor morreu nessa segunda-feira, 17, aos 82 anos. Macalé estava internado em um hospital no Rio de Janeiro, onde tratava um enfisema pulmonar, e sofreu uma parada cardíaca após um procedimento cirúrgico.

O anúncio veio por meio das redes sociais do músico: “Jards Macalé nos deixou hoje. Chegou a acordar de uma cirurgia cantando Meu Nome é Gal, com toda a energia e bom humor que sempre teve. Cante, cante, cante. É assim que sempre lembraremos do nosso mestre, professor e farol de liberdade. Agradecemos, desde já, o carinho, o amor e a admiração de todos […] ‘Nessa soma de todas as coisas, o que sobra é a arte. Eu não quero mais ser moderno, quero ser eterno.'”

Relembre a carreira e a trajetória de Jards Macalé

Jards Macalé iniciou sua trajetória musical no Rio de Janeiro dos anos 1960, período em que mergulhou intensamente no estudo de teoria musical e violão erudito. Ainda jovem, frequentou ambientes culturais da cidade e se aproximou de mestres como o maestro Guerra-Peixe, que contribuíram para formar sua base técnica. Esse início de formação ampliou o repertório de referências que mais tarde marcaria sua obra, sempre aberta a experimentações.

Grande nome da MPB, Macalé teve participação fundamental no disco Transa, de Caetano Veloso, um dos mais cultuados do artista. Foi o compositor quem fez a direção musical do álbum, gravado em Londres, enquanto Caetano Veloso estava no exílio. Ele também tocou violão no disco. Transa foi essencial para que Caetano pudesse sair de um período sombrio da vida fora do País.

Ainda em 1971, no histórico show Gal a Todo Vapor, a cantora Gal Costa incluiu três músicas de Jards Macalé no roteiro que se tornariam grandes sucessos de carreira: Vapor Barato e Mal Secreto, ambas compostas com Waly Salomão, seu parceiro mais constante, e Hotel das Estrelas, parceria com Duda.

No ano seguinte, Macalé lançou seu álbum mais conhecido, que leva seu nome. Além das faixas já apresentadas por Gal, gravou Farinha do Desprezo e Movimento dos Barcos, ambas em parceria com o poeta baiano Capinam. Aprender a Nadar veio em 1974. com destaque para a faixa Anjo Exterminado, parceria com Salomão, que Maria Bethânia havia lançado em Drama, dois anos antes. Amante do samba, raiz de sua música, gravou, em 1986, o disco 4 Batutas e 1 Coringa, no qual interpretou canções de sambistas como Paulinho da Viola, Nelson Cavaquinho, Lupicinio Rodrigues, Geraldo Pereira e Wilson Batista.

Em meio de 2023, Macalé lançou Coração Bifurcado, seu 13º álbum de carreira. O disco trouxe as participações das cantoras Maria Bethânia e Ná Ozetti e foi dedicado à cantora Gal Costa, morta em novembro de 2022. Seu último álbum de estúdio, Mascarada: Zé Keti (2024), entrou na lista da APCA dos 50 melhores discos lançados no ano passado.

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Estadão

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