‘Vermiglio – A noiva da montanha’: o amor em fim de guerra

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Vermiglio (Itália) é o nome de um paese alpino, situado no Alto Trentino. No Brasil, acrescentaram um subtítulo explicativo: A Noiva da Montanha.

Lá em Vermiglio se desenrola um drama familiar ambientado no final da 2ª Guerra. O pater familias (Tommaso Ragno, genial) é o mestre-escola local, pai de sete filhos e filhas, uma figura eminente na pequena comunidade.

A história caminha aos poucos, nos ambientando nas relações familiares, que comportam filhos e filhas de idades muito diferentes entre si.

A diretora Maura Delpero opta por uma câmera de observação que, sem pressa, vai nos introduzindo na intimidade daquela família e daquela pequena comunidade, esboçando personagens, relações entre elas, rivalidades, hábitos, etc. Quase documental, às vezes.

O drama central envolve um enlace aparentemente feliz – o de uma das filhas, Lúcia, e Pietro, um desertor siciliano que chega por lá, transtornando um pouco a quietude do povoado. A união sofre uma interrupção que parece temporária, quando Pietro precisa viajar à Sicília e deixa a mulher, grávida, em Vermiglio.

O desfecho (que não agradou a muita gente, mulheres em geral) é tocante. Envolve a questão da maternidade. Vermiglio não facilita nada, mas opta pela ternura, o que parece um pecado capital para certos setores da sociedade. Acena com um raiozinho de sol, aquele mesmo que os produtores de Fellini imploravam ao mestre para o desfecho de suas obras. Maura Delpero não nos deixa sem um tanto de calor humano como despedida.

Vermiglio ganhou o Grande Prêmio do Júri (Leão de Prata) no Festival de Veneza e foi indicado pela Itália para disputar uma das vagas no Oscar de filme internacional.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Estadão

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