Estudo revela: abelhas podem ficar bêbadas e até são expulsas da colmeia
Pesquisa mostra que consumo de néctar fermentado altera comportamento de abelhas, que são discriminadas pelas companheiras

Pode parecer brincadeira, mas não é: abelhas também podem se embriagar — e as consequências dentro da colmeia são sérias. De acordo com uma pesquisa conduzida pelo entomologista Errol Hassan, da Universidade de Queensland, na Austrália, as abelhas que consomem néctar fermentado apresentam comportamentos semelhantes ao de intoxicação por álcool em humanos e podem até ser marginalizadas pelo grupo.
O fenômeno acontece quando o néctar, composto por cerca de 45% de açúcar, fermenta devido à umidade, calor ou pela presença de leveduras. O resultado é uma substância similar ao hidromel, bebida alcoólica milenar feita com água e mel. Em alguns casos, o contato com frutas em decomposição também pode expor as abelhas ao etanol natural.
Essas substâncias alteram diretamente o comportamento das abelhas. Embriagadas, elas perdem a coordenação, voam de forma desorientada e têm dificuldades para retornar à colmeia. E, quando conseguem voltar, podem ser barradas pelas abelhas guardiãs, que percebem o estado alterado das companheiras. Em casos mais extremos, as “abelhas bêbadas” são impedidas de entrar ou até expulsas, para não comprometer o funcionamento da colônia.
O curioso comportamento tem despertado o interesse de cientistas que estudam os efeitos do etanol no cérebro e no convívio social dos insetos. A pesquisa também ajuda a entender como algumas espécies desenvolvem mecanismos de regulação coletiva e controle interno, mesmo entre pequenos animais.
Mais do que uma anedota inusitada da natureza, as “abelhas alcoólatras” revelam como a vida em colmeia é organizada e rigorosa — e que até no reino animal, o excesso pode ter consequências sociais.
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