Uma simples soma pode revelar a matemática por trás da beleza do mundo. A Sequência de Fibonacci é formada quando cada número resulta da soma dos dois anteriores: 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21… O padrão, apresentado pelo matemático italiano Leonardo de Pisa no livro Liber Abaci (1202), se tornou referência para explicar formas que se repetem tanto na natureza quanto em criações humanas.

O primeiro exemplo foi o crescimento populacional de coelhos, mas os números logo extrapolaram o campo da teoria. A partir deles, é possível construir o Retângulo de Ouro, que gera a famosa Espiral de Fibonacci, presente em representações gráficas, mas também em elementos naturais e até no cosmos.

Na natureza, os exemplos são abundantes:

• Girassóis mostram sementes em duas espirais que seguem contagens ligadas à sequência.

• Conchas e caracóis lembram a espiral logarítmica que remete diretamente à proporção.

• Pinhas, folhas em espiral e o brócoli romanesco exibem padrões helicoidais impressionantes, muitas vezes organizados segundo números de Fibonacci.

• Em escalas gigantes, a forma surge em furacões e galáxias espirais, repetindo o mesmo desenho em versão cósmica.

A influência também aparece na arte e na arquitetura. Obras como a Mona Lisa e o Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci são frequentemente associadas à proporção áurea (1,618), derivada da sequência, assim como escadarias helicoidais que lembram conchas naturais. Embora parte dessas ligações seja lenda urbana, o padrão visual atravessa séculos como símbolo de harmonia estética.

No mundo moderno, a sequência encontra aplicações práticas: algoritmos em computação, modelagem óptica e até análises financeiras usam Fibonacci como ferramenta de cálculo e previsão.

Os especialistas alertam, no entanto, que nem todo padrão espiral é “Fibonacci puro”. A natureza apresenta também arranjos alternativos, mas a dominância da sequência é incontestável, revelando como a matemática pode estar inscrita em diferentes escalas — do microscópico ao universal.