França construirá prisão de segurança máxima na Amazônia; projeto causa revolta na Guiana Francesa

Unidade penitenciária será usada para isolar traficantes e radicais, com inspiração em regimes antimáfia italianos; autoridades locais protestam contra a decisão imposta sem diálogo

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Imagem do post
Foto: Reprodução/Ministère de la Justice

O governo da França confirmou a construção de uma nova prisão de segurança máxima na Guiana Francesa, seu território ultramarino na região amazônica. O presídio, previsto para ser inaugurado em 2028 no município de Saint-Laurent-du-Maroni, incluirá um anexo com 60 vagas, sendo 15 destinadas a condenados por radicalismo islâmico. A proposta, segundo o ministro da Justiça francês, visa isolar chefes de redes de tráfico e extremistas longe da França continental, o que acendeu uma onda de protestos entre autoridades e moradores locais.

Inspirado em leis antimáfia italianas, o regime da unidade prevê isolamento extremo, vigilância eletrônica 24 horas, buscas constantes, restrições severas a visitas e bloqueadores de celular e drones. A localização, em plena floresta amazônica, é considerada estratégica para dificultar a comunicação dos detentos com o mundo exterior.

O anúncio surpreendeu a população e líderes da Guiana Francesa, que dizem não terem sido consultados. Jean-Paul Fereira, presidente interino da Coletividade Territorial da Guiana Francesa, classificou a decisão como desrespeitosa e um desvio do acordo firmado em 2017, que previa uma prisão apenas para aliviar a superlotação carcerária no território.

O deputado Jean-Victor Castor também criticou duramente o projeto, chamando-o de “provocação política” e “retrocesso colonial”, e pediu formalmente o cancelamento da iniciativa.

A nova prisão será construída no mesmo município onde funcionava o antigo Campo Penal de Saint-Laurent-du-Maroni, conhecido por ter abrigado prisioneiros políticos franceses e imortalizado no livro Papillon. A Guiana Francesa é o território francês com maior índice de homicídios proporcionalmente à população, o que aumenta o debate sobre segurança — mas também sobre autonomia e respeito aos direitos locais.

Siga a Paiquerê FM 98.9 e se mantenha informado: @paiquerefm.

PUBLICIDADE
Marketing Paiquerê FM

Todas as notícias de Londrina, do Paraná, do Brasil e do mundo.