Fraude de R$ 23 milhões: Operação da Polícia Federal desarticula esquema de benefícios assistenciais para idosos
A investigação revelou a atuação de uma organização criminosa altamente estruturada, responsável por falsificar documentos, abrir contas bancárias e obter benefícios fraudulentos, além de realizar empréstimos consignados usando dados de “idosos de aluguel”

A Polícia Federal, em ação conjunta com o Núcleo de Inteligência Previdenciária, deflagrou nesta quinta-feira (6/2) a Operação Melhor Idade – Segunda Fase, que investiga um esquema de fraudes milionárias envolvendo benefícios assistenciais destinados a idosos. O prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 23 milhões, e a operação evitou que outros R$ 35 milhões fossem pagos de forma indevida. A investigação revelou a atuação de uma organização criminosa altamente estruturada, responsável por falsificar documentos, abrir contas bancárias e obter benefícios fraudulentos, além de realizar empréstimos consignados usando dados de “idosos de aluguel”.
Como funcionava o esquema
Os “idosos de aluguel” emprestavam suas impressões digitais e fotos para criar identidades falsas, simulando legitimidade nos documentos. Alguns deles chegaram a figurar em mais de 30 identidades diferentes.
Com essas identidades falsas, o grupo conseguiu abrir contas bancárias, entrar no Cadastro Único do Governo Federal e obter 259 Benefícios de Prestação Continuada ao Idoso, que paga um salário mínimo por mês. Os fraudadores também usavam a margem consignável desses benefícios para contratar diversos empréstimos consignados, ampliando o lucro do esquema.
Medidas e novas fases da operação
Diante da gravidade das fraudes, a Justiça Federal determinou diversas medidas cautelares, incluindo:
Mandados de busca e apreensão
Cancelamento de CPFs e suspensão de benefícios irregulares
Bloqueio de contas bancárias e sequestro de bens
Prisão de alguns investigados
A primeira etapa da operação ocorreu em 23 de janeiro de 2024, quando três investigados foram presos e diversos materiais foram apreendidos, como celulares, documentos falsos, cartões de benefícios e extratos bancários.
Mesmo após essas medidas, a investigação descobriu que o grupo continuou realizando novos saques irregulares, o que levou à segunda fase da operação, cumprida nesta quinta-feira. Novos mandados foram executados contra 16 suspeitos nos estados do Piauí, São Paulo, Goiás e Distrito Federal.
Ampliação do esquema
Até o momento, foram identificados 21 “idosos de aluguel” responsáveis por emitir 285 CPFs e títulos de eleitor falsos, contendo dados biográficos falsos, mas usando a biometria verdadeira (face e digitais) dos envolvidos para validar os documentos. Além do prejuízo já confirmado de R$ 23 milhões, a análise de bens apreendidos apontou movimentações financeiras incompatíveis com a renda dos investigados e indícios de lavagem de dinheiro. As investigações continuam para identificar outros envolvidos no esquema. Com informações Polícia Federal