O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou nesta terça-feira (2) que todos os réus no processo sobre a tentativa de golpe de Estado de 2022 têm responsabilidade no plano que buscava manter o então presidente Jair Bolsonaro (PL) no cargo, mesmo após a derrota nas eleições.

Segundo Gonet, cada um dos acusados — civis e militares de alta patente — atuou em sua esfera de influência para um objetivo comum: impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Todos os personagens são responsáveis pelos eventos que se concatenam entre si. O grau de atuação é questão de mensuração da culpa e da pena”, declarou.

O PGR destacou que a denúncia apresentada não trata de fatos isolados, mas de um conjunto de ações articuladas. “Os atos que compõem o panorama espantoso e tenebroso da denúncia são atentados com relevância criminal contra as instituições democráticas”, disse.

Bolsonaro é apontado pela Procuradoria-Geral da República como o líder da organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado. Em fevereiro deste ano, Gonet apresentou ao STF denúncia contra o ex-presidente e aliados, incluindo ex-ministros e ex-comandantes militares, por crimes como organização criminosa, golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Se condenados, as penas somadas podem chegar a 43 anos de prisão. Todos os denunciados negam participação na trama. Com informações: Terra