Governo Lula vê como remota a possibilidade de Trump recuar das tarifas contra produtos brasileiros
Casa Branca deve manter medida que impõe taxa de 50% a partir de 1º de agosto; Brasil prepara resposta

Integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já trabalham com a possibilidade concreta de que o presidente americano, Donald Trump, manterá as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros anunciadas recentemente. A medida deve entrar em vigor no dia 1º de agosto, e, segundo fontes ouvidas pela BBC News Brasil, o cenário para um recuo norte-americano é considerado cada vez mais improvável. Apesar de oficialmente ainda apostar em uma saída via negociação, o Palácio do Planalto reconhece, nos bastidores, que os últimos sinais da Casa Branca — como declarações hostis de Trump e a revogação de vistos de autoridades brasileiras, entre elas o ministro Alexandre de Moraes e o procurador-geral Paulo Gonet — demonstram que os Estados Unidos pretendem levar as ameaças adiante.
O governo Lula mantém três frentes de atuação: negociações formais com autoridades americanas, articulações com empresários e políticos dos EUA para sensibilização sobre os impactos da medida, e preparação de eventuais retaliações comerciais. A principal diferença entre o caso brasileiro e as tarifas impostas a outros países, como China, México, Canadá e União Europeia, segundo o governo brasileiro, é o caráter político da decisão. Fontes do Planalto alegam que as sanções têm relação direta com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que tornaria improvável qualquer recuo ou flexibilização da parte de Trump.