Greve nas creches de Londrina exige equiparação salarial e gera conflito com prefeitura

A entidade afirmou que a prefeitura tenta “transferir aos sindicatos patronais a responsabilidade pela resolução de um problema que compete exclusivamente ao poder público”, já que os salários dos profissionais são pagos com recursos municipais

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Foto: google Maps Ilustrativa

O Sindicato dos Professores das Escolas Particulares (SINPRO) reagiu com firmeza às declarações feitas pelo prefeito de Londrina, Tiago Amaral, a respeito da greve dos professores das creches filantrópicas da cidade, que chegou ao seu segundo dia nesta quarta-feira (14). Em vídeo publicado nas redes sociais, o prefeito criticou a manutenção da paralisação, mesmo após uma decisão judicial que determinou o funcionamento mínimo de 60% dos atendimentos. Amaral afirmou que desde o início do ano participou de diversas reuniões com representantes dos sindicatos patronais e profissionais, e relatou dificuldades financeiras enfrentadas pela administração municipal. Segundo ele, apesar da falta de previsão orçamentária, a prefeitura já determinou um reajuste no repasse às instituições filantrópicas.

No entanto, Amaral expressou preocupação com o fato de que, até o momento, não houve nenhuma reunião efetiva entre o sindicato dos trabalhadores e o patronal. “Isso não é responsabilidade da prefeitura. Cabe aos sindicatos fazerem isso”, declarou o prefeito, pedindo ainda que os professores retornem ao trabalho para não prejudicar as crianças atendidas nas unidades.

Em nota oficial, o SINPRO rebateu duramente a fala do prefeito. A entidade afirmou que a prefeitura tenta “transferir aos sindicatos patronais a responsabilidade pela resolução de um problema que compete exclusivamente ao poder público”, já que os salários dos profissionais são pagos com recursos municipais. O sindicato também esclareceu que as negociações vinham ocorrendo com a participação de altos escalões do Executivo, incluindo os secretários de Gestão, Educação, Fazenda e representantes da Procuradoria Municipal. Segundo o SINPRO, o próprio prefeito havia assumido compromisso formal de apresentar uma proposta para solucionar o impasse, compromisso este que agora teria sido abandonado. “Para nossa categoria, este novo posicionamento não passa de uma cortina de fumaça para evitar o cumprimento de compromissos assumidos com os educadores do município”, afirmou o sindicato, que também cobrou da Prefeitura uma definição clara sobre qual sindicato representa oficialmente as instituições filantrópicas nas negociações. O SINPRO reforçou que segue aberto ao diálogo, mas exige “respeito e seriedade” por parte da administração.

Greve continua e pais enfrentam incertezas
A paralisação teve início na terça-feira (13) e foi mantida após assembleia realizada na noite do mesmo dia. Nesta quarta, professores continuam de braços cruzados, cobrando a equiparação salarial com os colegas que atuam nos CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil). Enquanto um professor concursado da rede municipal recebe inicialmente cerca de R$ 4,8 mil, profissionais das instituições filantrópicas ganham aproximadamente R$ 2,2 mil — uma diferença de 80%, segundo o SINPRO. Enquanto o impasse continua, professores seguem mobilizados e o sindicato promete manter a luta por valorização e justiça salarial.

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Redação Paiquerê FM News

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