Um morador de Foz do Iguaçu passou uma noite na prisão após ser detido por engano, em outubro de 2025. Ele só descobriu o motivo da prisão quando a Polícia Federal constatou que seu irmão usava seus dados pessoais para praticar crimes em São Paulo. A situação veio à tona após o cumprimento de um mandado expedido pela Justiça paulista.

Segundo a PF, o inocente aparecia como réu em três processos, incluindo uma condenação superior a 10 anos. A fraude foi possível porque o verdadeiro autor dos crimes utilizou um RG falsificado com os dados do irmão, levando o Judiciário ao erro. Ele já havia sido preso em São Paulo, cumprido parte da pena e até usufruído de saída temporária usando a identidade falsa, mas não retornou ao presídio.

Durante o interrogatório, a versão apresentada pelo homem preso em Foz chamou a atenção dos investigadores, que decidiram aprofundar a checagem. Exames biométricos comparando digitais e imagens do sistema prisional paulista confirmaram que ele não era o responsável pelos crimes. A Vara de Execuções Penais de Campinas então revogou o mandado e corrigiu a identificação nos processos.

A PF informou que o preso por engano ficou surpreso ao descobrir que o irmão — com quem não tem contato há cerca de 10 anos — havia usado sua identidade para se esconder da polícia. O verdadeiro condenado, que possui histórico por homicídios e roubo qualificado, segue foragido e deve responder também por falsidade ideológica.