Hospital Infantil de Londrina faz campanha online para compra de equipamento respiratório essencial para bebês com bronquiolite

Além de reduzir o tempo de internação, a cânula nasal de alto fluxo dá suporte respiratório não invasivo e pode ser usada também em pós-operatórios cardíacos

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Foto: Carolina Thomaz de Aquino

Londrina e região enfrentam um surto de bronquiolite entre bebês. Segundo o coordenador da UTI pediátrica do Hospital Infantil de Londrina, Dr. Rodrigo Torres, a superlotação é realidade nas últimas semanas, com leitos de UTI insuficientes para a demanda. Para tentar evitar a intubação e melhorar o tratamento, o hospital está utilizando um equipamento fundamental: a Cânula Nasal de Alto Fluxo (CNAF). O aparelho permite que os pequenos recebam suporte ventilatório não invasivo, reduzindo o desconforto respiratório e diminuindo o tempo de internação de até 21 dias para cerca de cinco.

“Esse equipamento consegue entregar um fluxo maior de oxigênio, aquecido a 37 graus, o que dá mais conforto e evita a necessidade de intubação nas bronquiolites graves”, explica o médico. O CNAF também é essencial no pós-operatório de cirurgias cardíacas complexas, nas quais o Hospital Infantil é referência regional.

O problema é que o equipamento não é oferecido pelo SUS e seu custo é alto. Além da máquina em si, cada criança atendida precisa de um kit descartável, composto por circuito e cânula nasal, que custa cerca de R$ 1.900 por paciente.

Diante dessa realidade, os médicos Rodrigo Torres e Vivian Schneider lançaram uma vakinha online para arrecadar recursos para a compra dos kits e manutenção do uso dos aparelhos. “Já conseguimos os equipamentos com a ajuda de empresários, mas agora precisamos da colaboração da comunidade para manter o atendimento, especialmente neste período crítico”, conta Torres. Em menos de um mês, 20 crianças já utilizaram a nova tecnologia no hospital. A expectativa é atender dezenas de outras ainda nos próximos meses, tanto com casos de bronquiolite quanto de pós-operatórios cardíacos – o hospital realiza cerca de 200 cirurgias cardíacas por ano.

Foto: Carolina Thomaz de Aquino

Prevenção é fundamental
No último fim de semana, 14 e 15 de junho, 12 crianças ocupavam leitos de UTI, sendo 11 delas com síndrome respiratória aguda grave. Outras estavam recebendo tratamento com CNAF na enfermaria e até na sala de emergência, aguardando vaga na UTI.

Além da campanha, os médicos reforçam que a prevenção é a principal arma contra a bronquiolite. Pais e responsáveis devem vacinar os bebês maiores de seis meses contra a influenza. Já os prematuros e cardiopatas podem receber, pelo SUS, o palivizumabe, um anticorpo monoclonal que protege contra o vírus sincicial respiratório (VSR), causador da maioria dos casos de bronquiolite grave. “Peço aos pais: evitem expor os bebês a aglomerações, mantenham as mãos higienizadas e, se alguém estiver gripado, use máscara ao visitar um recém-nascido”, alerta o médico.

Como ajudar:
A vakinha online pode ser acessada por esse link. Até o momento, o dinheiro arrecadado já permitiu a compra de 20 kits, mas a necessidade segue urgente, especialmente com o aumento contínuo dos casos respiratórios em crianças na região.

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Carolina Thomaz

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