O Brasil abriga um dos lugares mais perigosos e ao mesmo tempo fascinantes do planeta: a Ilha da Queimada Grande, localizada a cerca de 35 quilômetros do litoral de São Paulo. Conhecida internacionalmente como “Ilha das Cobras”, o local tem uma das maiores densidades populacionais de serpentes do mundo.

Estima-se que existam cinco cobras por metro quadrado, o que representa aproximadamente 3 mil serpentes em uma área de 430 mil metros quadrados. Para se ter ideia, isso equivale a cerca de 1.430 cobras por campo de futebol.

Acesso proibido

Por conta do risco, a entrada de visitantes é proibida. Somente pesquisadores autorizados pela Marinha do Brasil podem desembarcar para realizar estudos científicos. Desde 1925, a ilha conta com um farol automático, dispensando a presença humana constante.

Em 1984, a Queimada Grande foi classificada como Área de Relevante Interesse Ecológico, garantindo proteção legal à sua fauna e flora. Isso porque muitas das espécies que vivem ali são endêmicas, ou seja, não existem em nenhum outro lugar do planeta.

Origem do nome

O nome da ilha remonta ao período colonial. Segundo registros, marinheiros que se aventuravam no local faziam grandes fogueiras para tentar espantar as serpentes, e as chamas eram visíveis até do continente.

O perigo das serpentes

A ilha é lar de espécies extremamente venenosas, como a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis), considerada uma das cobras mais letais do mundo. Sem predadores naturais e sem a presença humana, a população desses animais se multiplicou livremente, tornando o local um dos ambientes mais inóspitos da Terra.

Fascínio e risco

Apesar do medo que as cobras despertam, há quem as considere fascinantes a ponto de mantê-las em casa, prática que pode ser perigosa. Recentemente, uma mulher na Alemanha foi hospitalizada após ser picada por uma cascavel que criava ilegalmente entre mais de 100 serpentes em sua residência.

O caso serve como alerta: longe de seus habitats e sem manejo adequado, animais peçonhentos representam sérios riscos à saúde humana.

Conclusão

A Ilha da Queimada Grande é um exemplo extremo da força da natureza e da importância da preservação. Misteriosa e perigosa, ela continua sendo um dos locais mais restritos e estudados do Brasil — e, provavelmente, um dos últimos lugares onde alguém gostaria de passar férias.

📌 Com informações: Marinha do Brasil, Museu de Zoologia da USP e registros históricos