Ilhas brasileiras abrigam peixes únicos que não existem no continente
Estudo aponta espécies endêmicas em locais como Fernando de Noronha, reforçando importância da conservação marinha

Um levantamento feito por pesquisadores brasileiros e internacionais revelou que algumas ilhas oceânicas do Atlântico, como Fernando de Noronha e o Atol das Rocas, abrigam espécies de peixes recifais que não existem em nenhuma outra parte do mundo. Essas espécies são consideradas endêmicas, ou seja, vivem apenas nesses ambientes isolados e nunca foram registradas no litoral continental.
O estudo analisou mais de 7 mil espécies de peixes em cerca de 87 ilhas e arquipélagos pelo planeta e identificou 44 espécies endêmicas em ilhas remotas do Atlântico. Algumas delas apresentam características evolutivas mais antigas que as próprias ilhas onde vivem atualmente, evidenciando longos processos de adaptação em isolamento.
Grande parte desses peixes compartilha traços comuns, como ovos que permanecem na coluna d’água por semanas e a capacidade de se dispersar por correntes marinhas ou por meio de algas e troncos flutuantes — fatores que explicam como chegaram e se mantiveram restritos às ilhas.
Entre os elementos que tornam esses locais tão especiais estão o isolamento geográfico, ambientes oceânicos com características únicas e até a sobrevivência de espécies que desapareceram em outras regiões.
Mas essa biodiversidade corre riscos. A pesca excessiva, o comércio internacional de espécies ornamentais e os impactos das mudanças climáticas — como variações de temperatura e elevação do nível do mar — ameaçam diretamente essas populações limitadas.
Segundo os cientistas, considerar o endemismo insular-provincial é essencial para definir prioridades de preservação. Isso coloca ilhas brasileiras como Noronha em posição de destaque quando o assunto é conservação marinha global.
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