Inflação para famílias de baixa renda é maior em Norte e Nordeste
Dados mostram variação de preços ao consumidor em diversas regiões

A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou nesta terça-feira (9) o Índice de Preços ao Consumidor regional (IPC-Regional), que aponta que as taxas de inflação foram mais elevadas para os consumidores de renda mais baixa, especialmente aqueles com até 1,5 salário mínimo, nas regiões Norte e Nordeste. No Norte, a taxa acumulada em 12 meses, até março de 2023, foi de 4,70%, sendo a única região em que a inflação para a baixa renda superou a alta de preços para a alta renda (renda maior que 11,5 salários mínimos), que ficou em 4,14%.
Já no Nordeste, a inflação para a baixa renda foi de 4,57%, ligeiramente abaixo da alta renda, que atingiu 4,70%. No entanto, a taxa de aumento de preços para a baixa renda no Nordeste foi maior do que nas regiões Sudeste (3,03%), Sul (3,12%) e Centro-Oeste (2,24%). Enquanto isso, a alta renda nessas regiões teve as seguintes taxas: Sudeste (4,05%), Sul (4,41%) e Centro-Oeste (3,23%).
De acordo com a pesquisa da FGV, que abrange o período de janeiro de 2020 a março de 2023, os produtos que mais contribuíram para a inflação da baixa e da alta rendas foram diferentes em cada região. No Nordeste, o gás de botijão, a tarifa de eletricidade residencial, o pão francês e o aluguel residencial foram os principais produtos que impulsionaram a alta de preços para a baixa renda. Além disso, outros itens de alimentação, como frango inteiro, arroz, cebola e tomate, também apareceram na lista.
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Para a alta renda no Nordeste, os itens que mais pesaram foram o automóvel novo, a gasolina, a passagem aérea e o plano de saúde. Já no Norte, a inflação para a baixa renda foi mais afetada pelo aumento do gás de botijão, do frango inteiro, da eletricidade residencial e da farinha de mandioca. Além disso, outros itens alimentícios, como polpa de fruta, carne moída, sanduíches e pão francês, também apareceram na lista. Por sua vez, a alta renda no Norte sofreu maior impacto do aumento do automóvel novo, do material para reparos de residência e do licenciamento de IPVA.
Nas outras regiões, alimentos também se destacaram como principais produtos que impulsionaram a alta de preços para a baixa renda, assim como o gás de botijão, a energia elétrica e o aluguel. Enquanto isso, entre a alta renda, itens comuns em todas as regiões, como automóvel novo, plano de saúde, gasolina, comida fora de casa e IPVA, tiveram maior impacto na inflação.
Com informações da Agência Brasil.