Interpretação simbólica e técnica O nome “Queda de Ícaro” não é apenas estético: ele evoca a mitologia grega em que Ícaro voa alto demais e se aproxima demais do Sol, resultando em sua queda. Aqui, Brown parece perseguir aquele mesmo ponto inimaginável, embora, tecnicamente, ele esteja a milhares de metros de distância. Técnica e arte se misturam: a coordenação entre salto, piloto, fotógrafo e equipamento exigiu precisão sem paralelos, mostrando que a astrofotografia pode ir muito além de simplesmente registrar planetas ou estrelas.
O astrofotógrafo Andrew McCarthy capturou uma imagem rara mostrando a silhueta de um paraquedista “caindo” diante do disco solar. A foto, feita no Arizona, exigiu coordenação milimétrica entre fotógrafo, piloto e atleta e remete ao mito de Ícaro

O astrofotógrafo norte-americano Andrew McCarthy realizou um registro impressionante no dia 8 de novembro de 2025: a silhueta de um paraquedista em queda livre perfeitamente alinhada com o disco do Sol. A imagem, capturada no deserto do Arizona, mostra o músico e paraquedista Gabriel C. Brown “cruzando” a face solar, em uma composição que McCarthy batizou de The Fall of Icarus.
Para obter o resultado, McCarthy utilizou filtros de hidrogênio-alfa, capazes de revelar manchas solares e a cromosfera, enquanto Brown saltava de uma aeronave a cerca de 3.500 pés. O fotógrafo estava posicionado a aproximadamente 8.000 pés de distância, com telescópios ajustados para captar o momento exato em que a silhueta do atleta se projetaria sobre o Sol.
A captura exigiu seis tentativas até o alinhamento perfeito. A equipe manteve comunicação constante: o piloto ajustava a rota observando a própria sombra no solo, enquanto McCarthy orientava o momento do salto no instante em que a figura humana começava a aparecer no visor. Apenas um salto foi possível naquele dia, já que não haveria tempo para reembalar o paraquedas.
O resultado final combina duas imagens legítimas: uma do Sol em alta resolução e outra da silhueta de Brown, integradas sem manipulação enganosa. O registro viralizou nas redes sociais e foi considerado por McCarthy um dos mais impactantes de sua carreira, ao lado de fotos da Estação Espacial Internacional e de foguetes cruzando o disco solar.
A cena, além do rigor técnico, carrega um simbolismo evidente: a “queda de Ícaro” em plena era da astrofotografia, unindo mito, ciência e precisão milimétrica em uma única imagem raríssima.
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