As investigações sobre a morte de um bebê de dois meses, ocorrida no último sábado (19) em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, apontam que o pai da criança, Lucas Rodrigues Soares, é o autor do crime. De acordo com o delegado Luis Gustavo Timossi, responsável pelo caso, o laudo da necropsia revelou que a causa da morte foi traumatismo cranioencefálico provocado por ação contundente. Lucas foi preso em flagrante após a companheira encontrar o bebê morto no carrinho, com sinais evidentes de agressão, durante a madrugada. Segundo a mãe, ela tentou buscar socorro, mas foi impedida e agredida pelo companheiro, que chegou a esfaquear sua perna. A mulher fingiu estar desacordada e, ao perceber que o suspeito dormiu, pulou o muro da casa com o bebê nos braços para buscar ajuda. O menino, no entanto, já não apresentava sinais vitais.

Durante novo interrogatório nesta quarta-feira (22), Lucas afirmou “não lembrar” do que aconteceu com o filho, e alegou apenas um engasgo com leite horas antes da morte. A versão foi descartada pela polícia, que considera o caso como homicídio doloso — quando há intenção ou se assume o risco de matar. O histórico do suspeito é marcado por outros episódios de violência: em 2021, foi registrado um boletim por fratura no fêmur de um enteado de dois meses; em 2016, ele teria agredido uma criança de três anos com um tapa no rosto; e, em janeiro deste ano, a esposa registrou boletim por agressão durante a gestação da criança que veio a falecer.

A Polícia Civil ainda aguarda o resultado de perícias feitas na residência da família e outras diligências antes de concluir o inquérito. O delegado Timossi reforça o perfil violento do suspeito: “Ele demonstra personalidade agressiva, com indícios de psicopatia, principalmente por ter como alvo crianças pequenas e indefesas.” Até a última atualização desta reportagem, Lucas Rodrigues Soares não possuía advogado constituído.