Jovem negro é morto por PM ao sair do trabalho em SP e família denuncia execução a sangue-frio

Guilherme Ferreira, de 26 anos, foi baleado pelas costas enquanto voltava para casa; viúva acusa racismo e pede prisão do policial

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Foto: Reprodução / Redes Sociais

A morte de Guilherme Dias Santos Ferreira, de 26 anos, na noite da última sexta-feira (4), em Parelheiros, zona sul de São Paulo, provocou forte comoção e indignação. O jovem marceneiro, que voltava para casa após mais um dia de trabalho, foi baleado na cabeça por um policial militar que alegou ter reagido a uma tentativa de assalto. A família contesta a versão e denuncia que Guilherme foi executado a sangue-frio por ser negro. De acordo com a viúva, Sthephanie dos Santos Ferreira Dias, o marido foi alvejado pelas costas enquanto corria para pegar o ônibus. “Só porque é um jovem preto e estava correndo para pegar o ônibus, ele atirou. Era o único jovem preto no ponto e foi atingido. Queremos esse policial na cadeia”, declarou, emocionada.

Guilherme estava com uma mochila contendo apenas uma marmita, talheres, um livro e a roupa de trabalho. Segundo a família, ele seguia a mesma rotina todos os dias e nunca teve envolvimento com crimes. Trabalhava há quase três anos na fabricação de móveis e estava apenas no segundo dia de serviço após retornar de férias. O policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, autor do disparo, foi preso em flagrante, mas liberado após pagar fiança de R$ 5.600. A Polícia Militar informou nesta segunda-feira (7) que ele foi afastado das atividades operacionais. Ele responderá em liberdade por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

A tragédia também deixou uma mulher ferida, atingida por um disparo no local, além de outro colega de trabalho de Guilherme que foi detido e liberado após prestar depoimento. O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A família de Guilherme, profundamente abalada, relembra sua trajetória como trabalhador dedicado, homem de fé e sonhador. Ele planejava tirar a carteira de motorista, reformar a casa, fazer uma viagem com a esposa e realizar o sonho de ser pai. “Era do trabalho para a igreja e da igreja para casa. Nunca se envolveu com nada. Ele era um homem de Deus”, afirmou a viúva.

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Redação Paiquerê FM News

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