Jovem supera coma, reaprende a andar e volta a correr após parada cardíaca
Após sofrer uma parada cardiorrespiratória e passar nove dias em coma, Arthur Felipe, de 33 anos, contrariou os prognósticos médicos e voltou a competir, conquistando o pódio em uma corrida na categoria

O paulista Arthur Felipe Pinheiro de Barros, de 33 anos, vive hoje o que ele chama de um “renascimento”. O jovem, que chegou a ser desenganado por médicos após sofrer uma parada cardiorrespiratória grave enquanto corria em Itanhaém (SP), passou um mês internado, sendo nove dias em coma, mas contrariou todas as expectativas: reaprendeu a falar, ler, escrever, andar e até correr novamente.
O episódio, classificado pela medicina como morte súbita abortada, ocorreu em fevereiro de 2024. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), esse tipo de evento acontece quando uma arritmia grave é revertida graças à ação rápida de socorristas — no caso de Arthur, o fisioterapeuta Thiago Nunes Basso e a soldado do GBMar Ariane de Lucas, que o reanimaram até a chegada do Samu.
“Voltar a correr foi como renascer. Me disseram que talvez eu nunca mais andasse direito, quem dirá correr. Foram dias de dor e luta, mas o desfibrilador me deu uma nova chance. Cada corrida é uma vitória, um lembrete de que a vida me deu uma segunda oportunidade”, declarou Arthur, que hoje vive com um cardiodesfibrilador implantável (CDI) para prevenir novas arritmias.
Mesmo com sequelas cognitivas, como a perda de memória recente, o atleta não desistiu do esporte e chegou ao segundo lugar em uma corrida da categoria Pessoa com Deficiência (PCD). A esposa, Gabrielle Zach de Barros, que o acompanha em todas as etapas da recuperação, afirma que cada conquista é um milagre. “Vi os médicos sem esperança, mas também vi a força dele. Cada pequeno avanço foi uma vitória para nós dois”, contou emocionada.
A mãe do atleta, Eliana Rita Pinheiro de Barros, também se emocionou ao vê-lo cruzar a linha de chegada. “Fiquei tensa, com medo de algo acontecer, mas confiei em Deus. Quando acabou, foi um alívio e uma alegria sem tamanho”, disse.
Hoje, Arthur se prepara para um novo desafio: o Caminho da Fé, uma caminhada simbólica de agradecimento pela vida. “A neuroplasticidade é uma coisa maravilhosa. O cérebro surpreende todos os dias. Ele é um milagre vivo”, finalizou a mãe.
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