Justiça inicia instrução do caso Dayane Rodrigues, vítima de feminicídio em Londrina

Família busca respostas na audiência marcada para quarta-feira (21), enquanto luta para seguir em meio à dor e ao luto

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Imagem do post
Foto: Reprodução

A primeira audiência de instrução do caso de Dayane Rodrigues, assassinada brutalmente aos 30 anos pelo companheiro em 5 de dezembro de 2024, será realizada nesta quarta-feira (21), às 14h, no Fórum Criminal de Londrina, localizado na Avenida Tiradentes, 1575. A expectativa da família é por uma resposta rápida da Justiça, que permita dar início a um processo de reconstrução emocional após a tragédia.

Dayane foi morta com golpes de faca dentro de casa, no bairro onde morava com Renan Pereira, companheiro dela por 11 anos. Ele confessou o crime à Polícia Civil e foi preso no mesmo dia. De acordo com o depoimento, Renan alegou ciúmes e disse desconfiar de uma traição. Antes de atacar Dayane, ingeriu álcool e drogas, e após o assassinato, chegou a gravar um vídeo com o corpo da vítima. O casal tinha um filho de 10 anos, que estava na escola no momento do crime e hoje vive sob os cuidados da avó materna, Adriana Rodrigues.

A avó relembra com dor o dia em que perdeu a filha. Trabalhando no Hospital Universitário, foi chamada na portaria pelo neto, que lhe contou o ocorrido. “Eu entrei em choque. Não consegui ir até lá”, relata. Horas antes do crime, Adriana trocou mensagens com a filha, mas acredita que a última resposta não foi escrita por Dayane. Ela conta que a filha vivia um relacionamento marcado por medo, violência e manipulação, e que mesmo sustentando a casa, Dayane se trancava no quarto com o filho por receio de agressões. “Minha filha não merecia passar por isso. Ela era doce, gentil, dedicada ao filho. Uma mãe incrível.” A família teme que a defesa tente desqualificar Dayane no processo, mesmo com a confissão do réu e provas consistentes. “Nada vai trazê-la de volta, mas queremos justiça. Precisamos dessa resposta.”

A organização Néias Observatório de Feminicídios, que acompanha o caso, reforça que nenhuma alegação apresentada por Renan poderá justificar o crime. “Traição não é crime, e tampouco pode servir como justificativa para a violência. O único crime cometido foi o feminicídio, já confessado pelo agressor”, destacou a entidade em nota.  A audiência de instrução é o próximo passo na tramitação do caso e deve ouvir testemunhas, analisar provas e definir os rumos do julgamento. Com informações de Néias Observatório de Feminicídios.

PUBLICIDADE
Redação Paiquerê FM News

Todas as notícias de Londrina, do Paraná, do Brasil e do mundo, com um jornalismo rápido, atuante e com a tradição e seriedade da Paiquerê FM 98.9