Jogar dados sempre foi sinônimo de sorte. Acredita-se que, ao lançá-los, qualquer número tem a mesma chance de sair. Mas essa sensação de aleatoriedade pode estar com os dias contados — pelo menos na teoria. Pesquisadores afirmam que os resultados de um lançamento de dados seguem padrões físicos que, se analisados com precisão, podem ser previsíveis.

De acordo com um estudo da Universidade Técnica de Lodz, na Polônia, publicado em 2012, o lançamento de dados não é aleatório nem caótico, e sim resultado de condições iniciais específicas, como velocidade, rotação e direção. A partir da teoria dos sistemas dinâmicos, os cientistas garantem que, com dados suficientes sobre o lançamento, seria possível prever — e até controlar — o resultado.

O matemático Persi Diaconis, da Universidade de Stanford, reforça essa visão. Segundo ele, o movimento de um dado pode ser descrito por até 12 variáveis físicas. Como há apenas seis possíveis resultados, essas variáveis dividem o “espaço de fase” em regiões que definem qual número sairá. Pequenas alterações, como a forma de segurar o dado, podem interferir no desfecho.

Mesmo fatores considerados irrelevantes podem influenciar os resultados. A distribuição de massa causada pelos furinhos nas faces ou resíduos da fabricação pode favorecer ou prejudicar determinadas faces. Um teste com dados de 20 lados usados em jogos de RPG, por exemplo, mostrou que o número 14 saía com muito menos frequência. A explicação estava em um resquício plástico na face oposta, que alterava o equilíbrio.

Na prática, controlar um dado exige precisão quase impossível para o jogador comum. Assim, embora a aleatoriedade seja apenas aparente, ela continua sendo suficiente para manter a imprevisibilidade em jogos de azar.

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