Londrina confirma primeira morte por dengue em 2025; número de casos é menor que no ano anterior
Paciente era idosa, tinha comorbidades e procurou atendimento cinco dias após o início dos sintomas

A Secretaria Municipal de Saúde de Londrina (SMS) confirmou, nesta quarta-feira (9), o primeiro óbito por dengue registrado no município em 2025. A vítima é uma mulher de 73 anos, moradora da região leste da cidade, com múltiplas comorbidades. Ela apresentou os primeiros sintomas em 6 de março, mas só procurou atendimento médico no dia 11, sendo internada no mesmo dia e falecendo em 25 de março, após 14 dias de internação no Hospital da Zona Sul.
Segundo a diretora de Vigilância em Saúde, Fernanda Fabrin, além do agravamento pela idade e doenças pré-existentes, a paciente também apresentava infecção bacteriana concomitante, o que tornou o caso mais complexo. Ela destacou que a demora para buscar atendimento contribuiu para a evolução do quadro. “A SMS se solidariza com a família e reforça que temos atuado intensamente na prevenção para evitar casos graves e óbitos”, afirmou.
Mesmo sendo uma área com baixo número de notificações, a região leste da cidade já vinha sendo monitorada. Foram aplicadas ações preventivas, como nebulização com UBV Costal, Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI) em escolas e a soltura de mosquitos com a bactéria wolbachia, que inibe a transmissão do vírus.
Apesar do registro de óbito, Londrina apresenta uma queda expressiva no número de casos de dengue em comparação com o mesmo período de 2024.
2025: 9.512 notificações, 1.338 casos confirmados, 5.421 descartados e 2.753 em análise.
2024 (mesmo período): 36.815 notificações, 23.867 confirmações e 34 óbitos.
A taxa de positividade caiu de 64,8% para 14,1%, o que a SMS atribui às ações intensificadas de combate ao mosquito Aedes aegypti, como o Dia D de Combate à Dengue, campanhas educativas e medidas de controle vetorial.
Para manter o controle da doença, a SMS segue com um conjunto de medidas estratégicas:
Visitas domiciliares e vistorias em imóveis;
Aplicação de larvicidas e bloqueios em áreas com casos suspeitos;
UBV Costal e Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI);
Fiscalização em pontos estratégicos, lotes baldios e obras;
Ações educativas e armadilhas de monitoramento (ovitrampas).
Atualmente, 1.030 ovitrampas estão instaladas em áreas urbanas, e a rede foi expandida esta semana com mais 70 armadilhas nos distritos rurais, para reforçar a vigilância ativa. As ovitrampas captam ovos do mosquito, possibilitando a detecção precoce de surtos e o direcionamento de ações mais eficazes. “Com essa ampliação, reforçamos o compromisso com a vigilância ativa em todo o território municipal, garantindo estratégias fundamentadas em evidências técnicas”, explicou Nino Ribas, gerente de Vigilância Ambiental da SMS.