
Londrina tem enfrentado fortes chuvas nos últimos dias, causando alagamentos e transtornos em várias regiões da cidade. Em entrevista, o secretário de governo Rodrigo Souza, que também coordena o Comitê de Crises, explicou as medidas emergenciais já adotadas e os planos preventivos para evitar problemas futuros. Segundo o secretário, as equipes da prefeitura atenderam rapidamente os chamados de moradores atingidos pelas chuvas na última noite, com 16 ocorrências registradas. “Foram imagens impressionantes, mas felizmente não tivemos vítimas nem danos graves às pessoas”, afirmou. Souza destacou que bueiros entupidos e a presença de lixo nas galerias pluviais contribuíram para os alagamentos. “Já estávamos fazendo a limpeza de fundos de vale e bocas de lobo, o que ajudou a mitigar parte dos efeitos das chuvas”, completou.
Medidas Emergenciais e Projeto de Lei
Uma das ações em estudo é a utilização de prédios da prefeitura para abrigar temporariamente famílias que precisem de apoio. Além disso, um projeto de lei será encaminhado à Câmara Municipal em regime de urgência para incluir famílias desabrigadas por eventos climáticos no programa de auxílio-moradia, anteriormente voltado para situações de reintegração de posse. Rodrigo Souza ressaltou que a prefeitura está realizando vistorias nos pontos críticos de alagamento para identificar e resolver as causas pontuais dos problemas. Outra prioridade é atualizar o protocolo de emergências, ampliando a integração de secretarias como Assistência Social, Saúde, Educação e Obras. A contratação de uma empresa especializada para remover sedimentos compactados das galerias de águas pluviais está sendo avaliada, assim como a possibilidade de adquirir mais caminhões de sucção para intensificar a limpeza das bocas de lobo. “A CMTU tem feito um trabalho preventivo importante, mas não consegue atender toda a cidade ao mesmo tempo. Se necessário, faremos parcerias com outros municípios”, explicou.
Os Desafios de Longo Prazo
Locais conhecidos por problemas históricos, como a Avenida Dez de Dezembro e a região do Igapó, exigem soluções mais complexas e de longo prazo. O secretário mencionou um projeto já existente para a recuperação da bacia do Ribeirão Cambé, que deve ser retomado. A obra, considerada de grande porte, demandará recursos significativos e envolverá o desassoreamento de barragens e a implementação de soluções baseadas na natureza. “O Igapó foi construído em uma época em que a cidade tinha menos área urbana. Hoje, ele está quase no limite de sua capacidade de contenção de água”, afirmou Souza. Apesar das dificuldades, ele garantiu que há planejamento para resolver a situação: “O aterro do Igapó agiu como um grande piscinão, ajudando a conter parte da água. Agora precisamos buscar uma solução definitiva para evitar que o problema se repita.”
Conscientização da População
Além das ações estruturais, o secretário destacou a importância da colaboração dos moradores. “Cada pedaço de lixo jogado na rua pode entupir os bueiros e causar alagamentos. Precisamos da consciência de todos para manter as galerias desobstruídas e reduzir os riscos”, alertou.