Aos gritos de “sem anistia” e “soberania não se negocia”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu neste domingo (7) o desfile cívico-militar do Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. De acordo com a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), cerca de 45 mil pessoas acompanharam o evento, que começou por volta das 9h20 e durou duas horas.

Lula e a primeira-dama, Janja da Silva, chegaram em carro aberto — o tradicional Rolls-Royce presidencial — e passaram em revista às tropas. Na tribuna de autoridades, foram recebidos pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e pelos comandantes das Forças Armadas.

Este ano, o desfile foi marcado pelo contexto político conturbado: a crise diplomática com os Estados Unidos, após o presidente norte-americano Donald Trump impor tarifas comerciais contra o Brasil em defesa de Jair Bolsonaro, que está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe. Em paralelo, aliados do ex-presidente tentam articular um projeto de lei de anistia no Congresso.

Temas do desfile

O tema central foi a soberania nacional, reforçado em bonés distribuídos ao público com a inscrição “Brasil Soberano”. Outros três eixos integraram a programação: “Brasil dos Brasileiros”, “Brasil do Futuro” e uma ala dedicada à COP30, que será realizada em Belém em novembro, além do Novo PAC.

O evento contou com alas militares, desfile aéreo, estudantes de escolas públicas do DF e a tradicional apresentação da Esquadrilha da Fumaça. Ao final, Lula desceu da tribuna para cumprimentar o público.

Segurança reforçada

A segurança na Esplanada e na Praça dos Três Poderes foi reforçada, tanto por causa do desfile quanto pela continuidade do julgamento da trama golpista no STF.

No sábado (6), em pronunciamento em rede nacional, Lula destacou a importância da soberania, da democracia e da união dos brasileiros na defesa das instituições e do meio ambiente.

Autoridades presentes e ausentes

Ao lado de Lula, participaram o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente da Câmara, Hugo Motta. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, não compareceu por estar em viagem oficial à França, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, acompanhou o feriado no Amapá. Nenhum outro ministro do STF esteve presente.

Entre os ministros de Estado, a maioria marcou presença, incluindo Simone Tebet, Marina Silva, Ricardo Lewandowski, Camilo Santana, Anielle Franco, Margareth Menezes e Gleisi Hoffmann. Já os titulares da Fazenda (Fernando Haddad), Agricultura (Carlos Fávaro) e Trabalho (Luiz Marinho) não participaram, conforme informou a Presidência.