A televisão brasileira perdeu um de seus ícones do humor. A atriz e comediante Berta Loran faleceu na noite do último domingo (28), aos 99 anos, em uma unidade de saúde particular em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. A artista completaria um centenário em março do próximo ano.

Berta Loran nasceu em Varsóvia, na Polônia, em 1926, e imigrou ainda criança para o Brasil com sua família, fugindo das perseguições contra judeus na Europa. Ela se instalou no Rio de Janeiro, onde começou a se interessar pelas artes. Sua carreira deslanchou nos palcos de teatro de revista, onde conquistou o público com sua irreverência, naturalidade e espontaneidade.

A partir da década de 1960, Berta se tornou um rosto conhecido da televisão, marcando presença em programas humorísticos icônicos, como Balança, Mas Não Cai, Escolinha do Professor Raimundo e Zorra Total, além de ter participado de diversas novelas e minisséries. Com seu sotaque característico e jeito debochado, ela fez história como uma das primeiras mulheres a se consolidar no humor em um período dominado por homens.

Apesar de sua longa carreira e da admiração do público, a atriz vivia reclusa nos últimos anos, evitando aparições públicas e contato com a imprensa. Seu produtor cultural e realizador do livro-homenagem Berta Loran: 90 anos de humor, João Luiz Azevedo, confirmou a relutância da artista em falar com a imprensa, revelando que ela recusou convites para programas de televisão mesmo nos anos recentes.

Com quase oito décadas dedicadas à arte, Berta Loran atravessou diferentes fases da televisão brasileira, deixando um legado de riso, resistência e identidade artística.