Luzes do futuro: plantas que brilham no escuro podem ser a nova iluminação pública
Pesquisadores da South China Agricultural University desenvolveram suculentas que absorvem luz e brilham por até duas horas no escuro. A técnica, que usa partículas inorgânicas e não requer engenharia genética, pode ser a base para um sistema de iluminação pública sustentável

Imagine caminhar por uma rua à noite, não iluminada por postes elétricos, mas por plantas que emitem um brilho suave e etéreo. O que parecia ser apenas uma cena de ficção científica, como no filme “Avatar”, está mais perto de se tornar realidade. Pesquisadores da South China Agricultural University estão desenvolvendo suculentas que absorvem luz durante o dia e a liberam no escuro, funcionando como uma fonte de iluminação natural e sustentável.
A tecnologia por trás desse feito é surpreendente. As plantas recebem minúsculas partículas chamadas “afterglow phosphor”, que funcionam como baterias de luz. Após serem “carregadas” pela luz solar ou por lâmpadas LED, elas liberam um brilho suave em cores como verde, vermelho e azul-púrpura por até duas horas. Essa técnica se mostra muito mais eficaz e duradoura do que tentativas anteriores, que usavam engenharia genética com genes de vaga-lumes e resultavam em um brilho fraco e de pouca duração.
A principal vantagem desse novo método é que ele não exige alteração genética na planta, apenas a injeção das partículas inorgânicas. O avanço representa uma alternativa promissora para a iluminação pública, com potencial para reduzir drasticamente o consumo de energia e a poluição luminosa.
Os pesquisadores sonham em adaptar a técnica para plantas maiores, como árvores, para iluminar parques e ruas de forma totalmente natural. Embora ainda haja desafios a serem superados, a descoberta nos mostra que o futuro da sustentabilidade pode estar na própria natureza.