A mãe de um dos adolescentes mortos durante uma abordagem policial no último sábado (15) pediu que as manifestações na cidade aconteçam de forma pacífica. Em um vídeo divulgado pela Rede Lume de Jornalistas, Cirlene, mãe de um dos jovens, afirmou que os protestos são um direito da população e que os participantes não devem fazer vandalismo.

“Tem uns policiais aqui na praça já. De manhã chegou outro policial, pediu autorização da gente, o secretário vem falar conosco. Nós estamos aqui pacificamente, não estamos fazendo vandalismo, não estamos quebrando nada. Isso é um direito nosso”, declarou Cirlene.

A mãe reforçou a importância de manter os protestos dentro da legalidade. “Eles querem que nós percamos a razão, mas estamos trabalhando com a mente. Nós precisamos fazer isso pelas almas que foram e pelos que ficaram, porque estamos cansados”, disse.

Por fim, Cirlene fez um apelo para que ninguém pratique atos de vandalismo. “Não xinguem, não joguem pedras. Estamos aqui pacificamente para fazer justiça pelo nosso menino e por todos os que perderam alguém querido.”

Assista ao vídeo da entrevista da Rede Lume de Jornalistas:

Reprodução: Rede Lume de Jornalistas

Protestos e Resposta do Governo
Os protestos começaram após a morte de dois jovens durante uma abordagem policial no Jardim Santiago, na zona oeste de Londrina. Segundo a Polícia Militar, os adolescentes estavam em um veículo suspeito de furtos e reagiram à tentativa de abordagem, o que resultou em um confronto armado. A comunidade contesta essa versão e afirma que os jovens eram inocentes.

Diante da repercussão, o Governo do Estado enviou tropas especiais para reforçar a segurança em Londrina. Durante os protestos da última segunda-feira (17), veículos foram apedrejados e um ônibus foi incendiado. A Polícia Militar prendeu quatro pessoas em flagrante e a Polícia Civil identificou outros suspeitos.

O secretário estadual de Segurança Pública, Hudson Teixeira, está na cidade para coordenar as operações junto com a Polícia Militar e a Polícia Civil. Drones estão sendo utilizados para monitorar e identificar os envolvidos nos atos de violência. A corregedoria da PM e o Ministério Público acompanham as investigações.