Maior depósito de lítio do mundo é identificado em supervulcão nos EUA e pode valer US$ 1,5 trilhão

Maior depósito de lítio do mundo é identificado em supervulcão nos EUA e pode valer US$ 1,5 trilhão

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Uma descoberta geológica nos Estados Unidos está redesenhando o mapa global das reservas estratégicas de lítio. Pesquisadores confirmaram que a Caldeira McDermitt, localizada entre os estados de Nevada e Oregon, abriga o maior depósito já identificado do metal no mundo. As estimativas apontam para um volume entre 20 e 40 milhões de toneladas métricas, com valor econômico aproximado de US$ 1,5 trilhão.

A formação da caldeira remonta a cerca de 16 milhões de anos, quando uma erupção vulcânica de grande magnitude provocou o colapso da câmara magmática, criando uma vasta depressão. Com o passar do tempo, lagos se formaram no interior da caldeira, acumulando sedimentos e argilas ricas em minerais. Esse processo geológico favoreceu a concentração incomum de lítio, elemento hoje essencial para a indústria moderna.

Estudos recentes indicam que algumas áreas do depósito apresentam teores médios de até 2,4% de lítio em peso, índice considerado elevado para esse tipo de formação. Em Thacker Pass, um dos pontos mais analisados da caldeira, a camada de argila lítica chega a aproximadamente 30 metros de espessura. A proximidade do material em relação à superfície torna a exploração economicamente mais viável, favorecendo a mineração a céu aberto.

O lítio é um dos pilares da transição energética global. O metal é componente fundamental das baterias de íons de lítio utilizadas em veículos elétricos, sistemas de armazenamento de energia solar e eólica e dispositivos eletrônicos. Com metas internacionais de redução de emissões e eletrificação da frota, a demanda mundial pelo mineral cresce de forma acelerada.

Projeções indicam que o consumo global de lítio pode ultrapassar 1 milhão de toneladas por ano até 2040. Nesse cenário, a caldeira McDermitt surge como um ativo estratégico capaz de reduzir a dependência dos Estados Unidos de importações e fortalecer a cadeia produtiva nacional de baterias, considerada essencial para os setores automobilístico e tecnológico.

Apesar do potencial econômico, a descoberta também intensificou debates ambientais e sociais. Projetos de mineração na região enfrentam questionamentos de comunidades locais e de povos indígenas, que demonstram preocupação com possíveis impactos sobre aquíferos subterrâneos, áreas consideradas sagradas e ecossistemas naturais. A mineração a céu aberto pode alterar significativamente a paisagem e exige rigor no controle de rejeitos e no uso de recursos hídricos.

Organizações ambientais defendem estudos independentes e detalhados sobre os efeitos da exploração, especialmente em Thacker Pass, onde iniciativas de mineração já são alvo de disputas judiciais. As análises de impacto ambiental e as negociações com comunidades locais serão decisivas para o avanço dos projetos.

Especialistas avaliam que, caso a exploração seja conduzida de forma sustentável, a caldeira McDermitt poderá se tornar um dos principais polos mundiais de produção de lítio por décadas. A descoberta ocorre em um momento de reorganização da cadeia global de baterias e pode redefinir a posição dos Estados Unidos na geopolítica do lítio, em um mundo cada vez mais dependente de energia limpa e armazenamento eficiente.

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