Uma equipe internacional de pesquisadores fez uma descoberta impressionante: uma teia de aranha colossal em uma caverna na fronteira entre a Albânia e a Grécia, que abriga mais de 111 mil aracnídeos. Segundo o estudo publicado em 17 de outubro na revista Subterranean Biology, trata-se da maior teia de aranha já registrada — e o que mais surpreendeu os cientistas foi o comportamento coletivo observado entre os animais.

Normalmente, as aranhas são criaturas solitárias, que constroem suas teias e caçam individualmente. Mas, nesta caverna completamente escura, os pesquisadores encontraram centenas de teias interligadas, formando uma estrutura comunitária contínua. A colônia cobre centenas de metros quadrados e parece funcionar como um verdadeiro ecossistema subterrâneo, com indivíduos cooperando para capturar presas e manter a estrutura da teia.

Os cientistas explicam que as aranhas pertencem ao gênero Metellina, comum na Europa, mas que nunca havia sido observado vivendo em comunidade dessa forma. Acredita-se que a ausência de luz, a umidade constante e a disponibilidade de alimento na caverna possam ter favorecido essa adaptação coletiva.

As análises genéticas ainda estão em andamento para entender se essas aranhas desenvolveram alguma mutação comportamental que explique a cooperação, algo extremamente raro entre aracnídeos.

O estudo também alerta para a fragilidade do ecossistema subterrâneo onde a colônia foi encontrada. A entrada de visitantes ou mudanças climáticas podem afetar drasticamente o equilíbrio que permite que milhares de aranhas coexistam no mesmo espaço.

Para os pesquisadores, a descoberta é um lembrete de que o planeta ainda guarda fenômenos naturais surpreendentes e pouco compreendidos — e que até criaturas pequenas, como aranhas, podem revelar grandes segredos da evolução.

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