Máquina de raio-x roubada de hospital público é encontrada em clínica particular no Paraná
Foto: Fabiano Nogueira/PCPR

Uma máquina de raio-X, que havia sido desviada da Maternidade Nossa Senhora dos Navegantes, em Matinhos, no litoral do Paraná, foi encontrada nesta quarta-feira (29) sendo usada irregularmente na clínica particular Maxi Clinic, em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba. A descoberta ocorreu após uma denúncia feita pela Procuradoria-Geral do Município à Polícia Civil, que resultou em uma operação para recuperar o equipamento. Durante a ação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência dos proprietários da clínica e no próprio estabelecimento, onde o aparelho foi localizado em pleno funcionamento.

Máquina foi retirada clandestinamente
Peritos da Polícia Científica identificaram que o número de série do equipamento correspondia ao registro patrimonial do município de Matinhos. Segundo a investigação, a máquina foi doada pelo Governo do Paraná à maternidade em 2011 e teria sido retirada do local de forma clandestina em 2024, possivelmente durante a madrugada. O caso está sendo acompanhado pela Divisão Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) e pelo Centro de Operações Policiais Especiais (COPE) da Polícia Civil. As autoridades agora apuram se houve a participação de funcionários públicos no desvio do equipamento.

“O caso pode envolver um esquema mais complexo, possivelmente incluindo servidores municipais e empresas. Ainda há muitos desdobramentos a serem esclarecidos”, afirmou o delegado Rodrigo Brown, coordenador da operação.

Além disso, a polícia investiga se a máquina de raio-X utilizada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Matinhos, que é operada pela mesma clínica, também pode ter sido desviada de outro município. A Polícia Científica já realizou perícia no equipamento da UPA, e o resultado ajudará a determinar a origem do aparelho.Após ser recuperada, a máquina de raio-X foi entregue à Prefeitura de Matinhos, que ficará responsável pelo equipamento até que a Justiça decida sobre sua posse definitiva. O aparelho já pode ser usado para atender moradores e turistas na cidade.

“As investigações continuam e podem revelar um esquema maior. O desvio desse equipamento é um crime grave, que compromete o atendimento público de saúde”, ressaltou Brown. A defesa da clínica Maxi Clinic informou que aguarda acesso aos autos do processo, que está sob sigilo judicial. Com informações AEN e Portal G1