A Páscoa de 2025 pode trazer menos ovos de chocolate, preços mais altos e uma redução na quantidade de cacau nos produtos. Esse cenário é resultado do aumento de 190% no preço do cacau nos últimos dois anos, impulsionado por fatores climáticos que afetaram as principais lavouras na África, maior produtora mundial do grão.

Em dezembro de 2024, o preço da tonelada de cacau chegou a US$ 11.040, um aumento significativo de 163% em relação ao ano anterior. Essa alta se reflete diretamente nos preços dos chocolates, especialmente nas épocas de maior demanda, como a Páscoa. O Brasil, que é o sexto maior produtor mundial de cacau, também enfrenta dificuldades para atender sua demanda interna, pois parte do cacau consumido no país é importada.

Para este ano, a produção de ovos de Páscoa deve cair 22,4%, com uma previsão de fabricação de cerca de 45 milhões de unidades, contra 58 milhões em 2024. Além disso, a indústria tem procurado estratégias para minimizar os impactos da alta do cacau, como o lançamento de produtos com diferentes tamanhos e faixas de preços. No entanto, esses esforços podem não ser suficientes para evitar o aumento no preço final ao consumidor, que já subiu 16,53% nos produtos de chocolate, como barras e bombons, até janeiro de 2025.

Além do aumento do preço do cacau, outro fator importante é a escassez do grão. A produção mundial de cacau registrou um déficit pela terceira vez consecutiva em 2024, o que significa que os países produtores não estão conseguindo suprir a demanda global. Isso reflete no aumento do preço e na menor oferta de cacau de qualidade, impactando diretamente a produção de chocolates e ovos de Páscoa.

Especialistas apontam que a recuperação do setor pode levar pelo menos seis anos, tempo necessário para que as lavouras recém-plantadas comecem a produzir uma boa quantidade de cacau. Portanto, embora haja uma expectativa de aumento da produção nos próximos anos, o preço do cacau provavelmente permanecerá alto, já que as condições climáticas e os problemas de infraestrutura continuam a impactar a produção.

Para os consumidores, a Páscoa de 2025 pode ser marcada por ovos mais caros e uma oferta menor, além de produtos com menos cacau. A indústria ainda busca alternativas para não repassar todo esse custo ao consumidor, mas a tendência é que os preços continuem elevados. Com informações do G1.