Militarização prevê ‘tirar’ 8 mil estudantes do ensino noturno, segundo APP Sindicato
Estratégia expulsa alunos(as) que enfrentam mais dificuldades para concluir os estudos, ao mesmo tempo que manipula o Ideb e favorece imagem pessoal do governador

Rafael Baez Arrua, de 18 anos, é estudante do ensino noturno no Colégio Estadual Décio Dossi, em Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba. Durante o dia ele trabalha e o seu salário é a única fonte de renda da casa onde mora. No entando, a notícia de militarização de colégios estaduais trouxe medo e angústia para um universo de quase 8 mil jovens da rede estadual do Paraná que estudam no período da noite para poder trabalhar.
Isso porque Governo do Paraná anunciou a abertura de um novo processo para militarizar mais 127 escolas em todo o estado. Caso a medida avance, todas as turmas do ensino noturno serão automaticamente encerradas nos estabelecimentos em que a comunidade escolar acatar o fim da gestão escolar democrática.
Um dos colégios que pode ser bastante afetado é o Nobrega da Cunha, em Bandeirantes, distante 100 km de Londrina. Caso a comunidade escolar não evite a militarização, a partir do próximo ano a escola vai extinguir 283 das 697 matrículas (41%). Dos colégios ameaçados, esse é o que possui maior número de estudantes com 18 anos ou mais. A militarização também proíbe a oferta da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Com informações da APP Sindicato.

